Colunistas

Publicado: Quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

O dom da Sexualidade

A grandeza do homem e da mulher está em serem feitos à imagem e semelhança de Deus. Não em seus corpos, mas em sua inteligência, vontade livre e consciência. Feitos um pouco abaixo dos anjos, como afirma a Sagrada Escritura. Esse plano do Criador prova não só o amor que teve para com o gênero humano, mas também a nobreza de tudo o que nele existe, inclusive sua sexualidade. Deixando de lado a distinção entre afetividade e sexualidade, Deus decidiu fazer-nos seres sexuados.

A sexualidade é nobre em si mesma, nobre nos belos fins pelos quais existe, pois nada há de imperfeito na obra criadora de Deus. Normais são os homens e as mulheres heterossexuais, destinados a se atraírem e a se unirem fisicamente, gerando filhos e tendo o prazer que acompanha a união conjugal. Todo o aparelho genital masculino e feminino tem essa dupla finalidade: gerar novas vidas e o prazer do próprio instinto sexual. Homens e mulheres são diferentes em seu corpo e espírito, têm funções diversas na sociedade. Mas no fundo sua dignidade sobrenatural de filhos de Deus é a mesma, bem como seus direitos e deveres em sua convivência na história.

Lamentavelmente, não há setor da conduta humana em que mais venha sendo agredido o plano de Deus. Sucedem-se através dos tempos o simples acasalamento em busca do prazer, o incesto, o adultério e a traição entre marido e esposa, terminando nem tão raramente em assassinato. Os desmandos na vida sexual não páram por aí. Deixando de lado a pedofilia, a prostituição, o aborto e o abandono dos filhos, há também o homossexualismo.

Triste é o que vem crescendo a cada dia de modo impressionante. Homens vivendo com outros homens, mulheres coabitando com outras mulheres. Não adianta falarem de direito sobre si mesmos e os próprios corpos em situações que alguns têm como genéticas e incontroláveis. É simplesmente a busca do prazer pelo prazer, em seguidas agressões à dignidade humana.

Impressiona o culto ao homossexualismo, a crescente organização dos grupos homossexuais e os momentos carnavalescos que vão se multiplicando em ridículas paradas gays. Há alguns dias a mídia noticiou com alarde o “casamento” (sic!) do cantor Elton John com seu parceiro David Furnish, na Inglaterra. Mera formalidade, pois já viviam juntos há onze anos. Posaram sorridentes e felizes com suas “alianças”. Deram uma festa de arromba, pois não lhes falta dinheiro e o importante era ser notícia. Pessoalmente, tenho o episódio como ridículo e acintoso ao plano de Deus, que não fez os homossexuais, mas o homem e a mulher.

Melhor não pensar no que deve acontecer na vida íntima dos dois conhecidos gays. Certamente não vivem só de beijinhos e sorrisos um para o outro. Se são homossexuais, com certeza devem ter uma intimidade sexual que clama contra a dignidade humana. E dizer que sua união foi oficializada na Inglaterra, assim como também pelas autoridades da Holanda, da Bélgica e da Espanha. Como se não bastasse, ainda querem o direito de adotar crianças que, fico imaginando, terão uma bela convivência e uma educação à altura...

Agrade ou desagrade, o homossexualismo é conduta anti-natural, contra a dignidade humana. Direta e indiretamente é mais um golpe profundo e doloroso no casamento e na família. Um dos sinais da acelerada desagregação moral de uma humanidade que recebeu tanto do Criador, chamada a uma convivência digna e respeitosa, fecunda e feliz. Todos temos o sagrado dever de erguer a nossa voz contra esses desvios da sexualidade. E estar atentos, porque tramitam pelo Congresso Nacional projetos de legalização do homossexualismo. Certamente são de autoria de parlamentares que não estão nada interessados em uma sociedade digna, na qual o homem e a mulher sejam construtores de uma convivência de mais respeito e fraternidade.

Comentários