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Publicado: Sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O Dia Nacional da Cachaça na Terra da Pinga

Crédito: Jaqueline Rosa O Dia Nacional da Cachaça na Terra da Pinga
Pinga Vilela recém destilada

O Dia Nacional da Cachaça na Terra da Pinga

A cachaça faz parte da história do Brasil. Na escola, aprendemos sobre a produção de cana-de-açúcar, os engenhos, a Revolta da Cachaça. Dia 13 de setembro se comemora o “Dia Nacional da Cachaça”, para relembrarmos os tempos de um Brasil Colonial, quando a cachaça era símbolo de resistência contra a dominação portuguesa. Mas, além disso, ela também faz parte da história de Cabreúva (SP), que foi conhecida durante anos como a Cidade da Pinga, ou Terra da Pinga, devido aos cerca de 40 alambiques instalados aqui.

Hoje, restam apenas dois: o Rainha da Praia e o Vilela. O primeiro começou em 1947, quando ainda se chamava Pinga Formosa e pertencia ao avô do Jair Sachi, atual dono. Depois, em 1970, ganhou o nome de Rainha da Praia, pois vendia muito no litoral. Jair está à frente do alambique há 40 anos, junto com sua esposa Maria Helena. Segundo Jair, a cachaça está se destacando muito.

O alambique Rainha da Praia traçou nos últimos anos um perfil turístico: degustação, diversas opções de cachaças, licores e doces; além de um espaço para venda de bebidas e porções de peixes e camarão.

“Nós recebemos cerca de 500 pessoas por fim de semana, a maioria de fora”, conta Jair. “No feriado do 7 de setembro foram pelo menos mil pessoas, foi muito bom!”, disse.

Jair conta que houve uma época muito fraca na venda de cachaças e, por isso, vários alambiques fecharam. “Mas há uns dez anos, as coisas voltaram a melhorar”, comenta satisfeito. E lembra-se da famosa Festa da Pinga de Cabreúva: houve uma em 1970 e a segunda, apenas em 1999.

José Roberto do Prado Firmo, o Beto, lembra que a Cachaça Vilela começou com o sr. Oscar Vilela e seus filhos Francisco e Tadeu em 1969. Hoje, sr. Francisco é o responsável pelo alambique, ao lado de Márcio e Rodrigo.

O foco não é tanto o turismo, embora a maior parte das vendas seja feita para outras cidades. Até estrangeiros compram a cachaça: “já recebemos pessoas de outros países que compraram e levaram para fora do Brasil. Nós não exportamos, mas nossa cachaça vai longe”, disse Beto.

Os Vilela fizeram um grande investimento em publicidade: site, faixas, embalagens especiais. Beto conta que a cachaça especial que eles fazem é envelhecida durante seis anos em tonéis de madeira Jequitibá. “Cachaça em tonel de madeira é como água em pote de barro: fica mais fresquinha e, no caso da cachaça, mais saborosa”, explica Beto. Quanto mais tempo a cachaça envelhece, mais ela vale e mais saborosa ela fica. Hoje, há um estoque de cerca de 300 mil litros de cachaça no alambique e a produção é de cerca de 500 litros por dia.

Sr. Francisco Vilela conta que foi muito difícil começar com o alambique, mas que foram evoluindo devagar: “aos poucos fomos melhorando, aprimorando nosso trabalho a cada dia.”

Ambos os alambiques levam o nome de Cabreúva para outras cidades, através de eventos como o Revelando São Paulo, que está acontecendo hoje, Expo Cachaça e festas da cidade. Dois nomes que transbordam qualidade e sabor.

Tanto a cachaça Rainha da Praia quanto a Vilela devem ser reconhecidas por todos os cabreuvanos como representantes dessa parte tão importante da nossa história – e por levarem o nome da nossa cidade tão longe e com um carinho tão grande trabalharem por manter essa tradição e a fama de que cabreuvanos fazem ótimas cachaças, é que os Vilela e os Sachi recebe, hoje, essa pequena homenagem. Sucesso!

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