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Publicado: Segunda-feira, 2 de junho de 2008

O Dia da Catarina

Raimundo tinha uma incontrolável atração pelas mulheres.
Catarina, a esposa, cada vez que lhe descobria um novo caso, brigava e ameaçava:
- Um dia você ainda vai se dar mal com essa sem-vergonhice e nesse dia vou dar muita risada! Vai ser o meu dia!
Mas acabava perdoando porque afinal de contas ele era um bom pai, os filhos o adoravam e ela também lhe reconhecia muitas qualidades, e o amava apesar dos pesares.
 
Raimundo estava muito entusiasmado com a vizinha do fundo, a linda Soraia, cujo marido viajava muito a negócios e cujas ausências ele aproveitava para encontrar-se com ela.
O grande quintal de sua casa, cheio de árvores frutíferas, terminava no muro baixo que o separava do quintal dela.
Pular o muro não era problema, mas, antes disso, ele precisava certificar-se de que o marido não estava em casa, e, para tanto, subia em uma árvore perto do muro e espiava dentro da casa dela.
 
E, lá estava ele, certa noite, no seu posto de observação, ajeitando-se para enxergar de todos os ângulos, quando, de repente, o galho partiu-se e ele despencou... Do lado de lá, a poucos passos da porta da cozinha da casa dela.
 
Atordoado e dolorido ele toma consciência do ridículo da situação. Estava ali, estatelado no chão, sem conseguir levantar-se, a bermuda rasgada, o nariz sangrando e, a sua frente, a bela Soraia e o outro, ou melhor, o “um” porque, no caso, o “outro” era ele...
O “um” ajudou-o a levantar-se, perguntando preocupado:
- Você está machucado? Quer que o leve ao médico? Que chame alguém?
Ele queria morrer naquela hora para fugir de tamanho vexame!
Ainda confuso, extremamente desapontado, resolveu dar a explicação que ninguém tinha pedido, o que ele estava fazendo em cima da árvore àquelas horas da noite.
Eu vi uma mexerica madurinha lá bem em cima e subi para apanhar...
O “um” soltou uma gargalhada:
Uma mexerica? Mas esta é uma goiabeira!
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