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Publicado: Sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

O Deus desconhecido

Quando S. Paulo, no início do Cristianismo e na Grécia antiga adentrou o Areópago, onde se encontravam altares para todos os deuses, notou que havia um dedicado ao Deus Desconhecido (Ignoto Dei).
 
Então se manifestou à comitiva da qual fazia parte, de que esse Deus Desconhecido era justamente aquele que ele representava como apóstolo e profeta. (Cfr. Atos dos Apóstolos, cap. XVII, vers. 16/21). Esse Deus Desconhecido é o Deus dos cristãos, Jesus Cristo, que se fez homem encarnando no ceio da puríssima Virgem Maria.
                           
Mais de 20 séculos são passados desde a fundação do Cristianismo, que veio a predominar no mundo ocidental como religião. Todavia, sua evolução, não se delineou sempre respeitando os mandamentos, enquanto surgiam os progressos tecnológicos. A Humanidade, infelizmente, já há alguns séculos, vem se laicizando cada vez mais, rejeitando a maioria dos preceitos cristãos, mergulhando com isso em desavenças, discórdias, guerras e hodiernamente enfrentando o terrorismo.
 
No âmbito particular, o homem continua a fazer tudo para ignorar os preceitos da moral cristã, não obstante o apostolado moderno se esforce, também, em construir um reino de amor, sedimentado nos princípios evangélicos.
 
Todavia, como o amor para com Deus, conforme doutrinação do próprio Jesus, consiste em observar os mandamentos, segue-se o paradoxo irreconciliável que não permite o predomínio do reino do amor, sem o absoluto respeito ao Decálogo.
 
Desta forma, com grande pesar, nos defrontamos com um mundo desestruturado, com mais desventura do que felicidade. A conclusão lógica que se impõe é que a ausência de Deus, no relacionamento humano, nos fez lembrar daquele “ignoto Dei” que, “mutatis mutandi”, nos deixa entender porque a vida terrena se encontra ainda tão tumultuada, com longínquas perspectivas de melhora.
 
Os caminhos do Senhor são insondáveis. Por que, apesar da Redenção, é permitido retrocesso na civilização, abalando até os inconcussos alicerces do Cristianismo? Mais do que nunca se torna evidente aquele princípio teológico – outrora sobejamente difundido -, de que a vida é um campo de prova para o justo que deverá, impertérrito, suportar as tentações e repelir todas as teorias e filosofias luciferinas tendentes a infirmar a existência ou a forma de se conquistar o Reino de Deus.
 
O Deus desconhecido exige que o amemos e como Invisível aos nossos olhos mortais, esclarece que o nosso amor para com Ele se cristaliza na observância dos seus mandamentos. Enquanto tal não acontecer verazmente, a Humanidade não poderá se lastimar do abandono da Divindade. Tragédias de todas as espécies, que estão sempre acontecendo, podem ser sinais de alerta e até da misericórdia Divina. Nada mais.
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