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Publicado: Quinta-feira, 1 de março de 2012

O desafio das cidades inteligentes

O desafio das cidades inteligentes
'Mas o que são, afinal, cidades inteligentes?'

A aproximação de dois megaeventos do porte da Copa do Mundo de Futebol em 2014 e Olimpíadas em 2016 exige atenção redobrada quando se trata da infraestrutura necessária para receber da noite para o dia milhares de visitantes. Nesse contexto, contar com cidades inteligentes deixou de ser visão futurística para se transformar em realidade premente. É um desafio gigantesco, que inclui desde viabilizar a construção e adaptação de estádios à ampliação da rede hoteleira, do monitoramento e segurança das ruas ao gerenciamento planejado dos transportes.

Mas o que são, afinal, cidades inteligentes? São comunidades que lançam mão do que há de mais avançado em gestão, recursos tecnológicos e arquitetônicos para responder aos desafios da concentração populacional. A sua implantação exige grandes doses de vontade, planejamento e investimentos em recursos físicos e humanos, mas compensa. A ideia é criar ambientes sustentáveis e eficientes, com alto grau de conectividade, que permitam conviver com altos níveis de qualidade de vida.

Um bom exemplo de soluções inovadoras para criar cidades inteligentes vem do Living Labs, organização sem fins lucrativos que promove novas tecnologias e serviços nas cidades. Em um trabalho conjunto com a Oracle, The Climate Group, Banco Mundial e mais 21 cidades de quatro continentes – Barcelona, Birmingham, Cidade do Cabo, Guadalajara, Hamburgo, Lagos, México, Rio de Janeiro, São Francisco e Santiago do Chile, entre outras – a meta é adotar as melhores soluções tecnológicas para atender os desafios urbanos. "O nosso programa impulsiona a sustentabilidade, promovendo a filosofia de que o equilíbrio do planeta depende da adoção de uma tecnologia avançada nas cidades", explica André Papaleo, vice-presidente de Indústrias da Oracle para a América Latina.

O conceito é simples. É preciso integrar e criar sinergias entre o governo local, órgãos públicos e empresas privadas para o desenvolvimento de projetos. Otimizando recursos, há redução de custos e melhoria dos processos, além de permitir ao cidadão poupar tempo. Quando se estabelecem serviços inteligentes que integrem infraestruturas urbanas com menor impacto ecológico, as cidades se tornam também mais eficientes e atrativas. O apoio da tecnologia permite ganhar tempo e qualidade de vida, com boas malhas rodoviárias, ferroviárias, aéreas e portuárias, a democratização da banda larga internet e telecomunicações, gerenciamento do trânsito, combate à violência e bons serviços aos cidadãos, entre outros.

Sustentabilidade das cidades não é tema da moda. É a busca do equilíbrio do planeta pela adoção nas cidades de tecnologias que as tornem inteligentes. Integradas, infraestruturas urbanas, tecnologias e telecomunicações criam uma rede que viabiliza a autossustentabilidade. "É mais urgente que nunca que as cidades assumam a liderança com uma visão de futuro, apoiando-se na tecnologia da informação como mecanismo imprescindível para impulsionar o seu desenvolvimento", conclui Papaleo.

*Este texto foi publicado também na coluna Viagens de Negócio, de Fábio Steinberg, no dia 29 de fevereiro de 2012, no Diário do Comércio da Associação Comercial de São Paulo. 

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