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Publicado: Sábado, 12 de abril de 2008

O Coletivo Não Existe

Os conhecimentos básicos são fundamentais. Apreende-se logo na infância a se distinguir os substantivos como abstratos, concretos, coletivos etc. Depois, esquece-se. Muito mais tarde, porém, quem sabe no creepúsculo da existência, começa-se a meditar a respeito e descobrem-se aspectos interessantes, que podem exigir profundas ou sugestivas reflexões.
 
O substantivo coletivo e o abstrato, por exemplo, não têm existência própria: a tribo, a sociedade, o Estado, o povo, etc., não existem por si, mas são constituídos por um agrupamento de índios, de indivíduos, de cidadãos, de pessoas etc. A importância da observação e da distinção se justifica, porque podem motivar confusão de idéias de funestas conseqüências.
 
Haja vista o comunismo. Embora de concreto fosse apenas o comunista, o comunismo se concretizou nos países do 2º Mundo e o fanatismo dessa ideologia exigiu o sacrifício de milhões de seres humanos. Ainda hoje persiste a malsã ideologia que considera o indivíduo como peça da máquina estatal.
 
Os cristãos sabem, porém, que o importante é a individualidade. Nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Durante a vida, que poderá ser longa ou breve, conviveremos com outros iguais a nós, o nosso próximo. Esse relacionamento é que nos valorizará para a premiação eterna, conforme observarmos ou não, os mandamentos divinos.
 
Deus não criou Adão e Eva como seres coletivos, mas individuais. A exacerbação das idéias socialistas, tão em moda em quase todo século XX, indubitavelmente é uma das principais responsáveis pelo descalabro da vida em nossos dias. Passou-se a cuidar muito dos agrupamentos, de abstratas entidades e o homem, o indivíduo, substantivo concreto, foi marginalizado, abandonado.
 
Tanto é que a mídia - de qualquer espécie - não fala de Deus, da alma, da vida eterna etc. Intoxica-nos com manifestações diárias de planos econômicos, estatísticas diversas, sobretudo da aids, descobertas do mundo sideral, da biologia, da informática, mas sobre assuntos preponderantes, realmente necessários como os acimas citados, cala-se criminosamente.
 
O caminho correto a seguir é perseguir a perfeição individual na esteira do ensinamento do Mestre, "sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito". O ajuntamento das perfeições individuais, como das gotículas de água se transfomará na desejada e feliz comunidade, como aquelas em lagos, rios e oceanos. Lutar pelo imaginário coletivo, ignorando ou olvidando o concreto  indivíduo, é lutar fantasiosamente contra moinhos de vento, como o fez o lendário Dom Quixote.
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