Colunistas

Publicado: Sexta-feira, 25 de abril de 2008

O Assassinato da Menina

O assassinato da menina Isabella, de apenas cinco anos, pode constituir novo marco, nas tragédias nacionais, em que são envolvidas crianças. Antes, trágicas mortes de crianças também aconteceram, como a do bebê esquecido em automóvel pelo pai e a do menino João Hélio arrastado pelo carro por assaltantes em fuga.
 
No caso de Isabella, porém, cruel, inaceitável pelo bom senso, o próprio pai e sua atual companheira, seriam os responsáveis pelo infanticídio, segundo a constatação da polícia.
 
Aqui, surgem intensos conflitos psicológicos e nós que, felizmente, nos constituímos apenas em expectadores e desejamos final feliz para tudo e para todos, temos de ser envolvidos em tremenda sudorese para absorver, entender ou compreender esse drama que martiriza e inquieta.
 
As causas remotas do crime remontam ao relacionamento amoroso dos pais de Isabella, por cerca de cinco anos. Ora, se fossem formalmente casados, inclusive na Igreja, que prega a indissolubilidade do matrimônio, a doce e linda menina teria seu crescimento e educação providenciados pelos pais, a figura da madrasta, ainda mais deturpada e desfigurada, continuaria a existir, porém, maldosa sobretudo em algumas historietas e contos da carochinha...
 
Tudo, portanto, seria bem diferente: o verdadeiro amor, sem rancores, disputas e ciúmes de estranhos não perturbariam a paz familial. Agora a tragédia se encontra consumada e nos deparamos com outro problema, o do perdão, ínsito em toda a doutrina e vida cristã.
 
Aí está o busílis que este episódio triste e desalentador nos oferece e, mais uma vez, temos de dar graças a Deus e a todos os santos de que problemas iguais ou semelhantes se encontrem afastados ou distanciados de nossas vidas. Desculpem os leitores não católicos se passo, a seguir, reflexionar sobre um tema controvertido para muitos: a necessidade e conveniência da existência do purgatório.
 
O assassino ou os assassinos da menina se arrependidos, ou se arrependerem-se do cruel e hediondo crime praticado, humanamente não serão justificados nunca, nem após o cumprimento da pena que lhes será imposta, pois Isabella jamais retornará a viver.
 
A punição da malícia e crueldade desse delito, cujos danos e prejuízos recaem desde já ao próprio ou aos próprios partícipes (que passam de vida normal e promissora para vida encarcerada e sofredora), talvez ainda não sejam suficientes para remissão total da maldade havida. Aí, para que a punição não se eternize, aos corações arrependidos e magoados pelo indesejado crime, a benfazeja purificação do purgatório será plenamente apetecida.
 
Que Deus nos abençoe e que este crime tão abominável nos induza, ao menos, a revalorizar a família, não destruindo sua indefectível tradição e que os governantes facilitem a implementação de abundantes recursos para o importante e indispensável processo educacional.
 
Somente assim, talvez, ficaremos mais tranqüilos e seguros, pois será de estarrecer, se crimes semelhantes começarem a eclodir nesta sociedade combalida pela violência.
Comentários