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Publicado: Quinta-feira, 3 de março de 2005

No limite

A Medida provisória 232 editada pelo governo no último dia do ano passado motivou uma revolta sem precedentes de toda a sociedade civil, que já não suporta mais transferir recursos para cobrir a ineficiência e incompetência do setor público.

Alias, como é fácil governar neste país, pois a nossa carga tributária não para de subir, ano após ano, assim como a nossa dívida também segue o mesmo caminho.

Algo existe de errado, concordam?

Desde o início do governo FHC até o atual de Lula, já são 10 anos com a mesma receita e os nossos entendidos mantém o mesmo discurso, quando assumem o governo, não podemos assustar o mercado.

O resultado todos nós conhecemos, ou seja, aumenta-se à taxa de juros, a ata do COPOM justifica o fato, espalhando o pânico, o banco tem os maiores lucros de toda a sua história e elogiam a sua política econômica, e nós cidadãos comuns, concordamos com isso?

Vemos na Câmara dos Deputados, o seu presidente Severino, Chefe do Baixo Clero, ou dos 300 picaretas, como disse um dia Luis Inácio, assumir o comando e aprovar como sua primeira medida, um aumento de 67% para os seus salários e mais de 25% para a contratação de assessores a um custo de R$ 1.4 bilhões de reais ao ano.

Enquanto isto o governo corta 16 bilhões do orçamento e que vão limitar principalmente a área social – saneamento e defesa. O que já era pouco, ficou quase inexistente, como se o país não precisasse investir nessas áreas.

Vemos hoje em todo o país, estradas e pontes ruírem com um pouco de chuva, em virtude do abandono e falta de manutenção, escolas caindo e alunos tendo aulas ao ar livre e o próprio presidente desabafando aos prefeitos da Baixada Fluminense que se a escola daquela região estivesse daquele jeito, estamos desgraçados neste país.

Hospitais atendendo pacientes no corredor, como se estivéssemos em uma guerra, falta de medicamentos gratuitos, seqüestros, assassinatos em todo o país e principalmente uma visão de paralisia e ineficiência do governo para sair do seu discurso improvisado, pois, na pratica pouco se conseguiu de avanços e conquistas, principalmente na parte social.

A FIESP vai tentar ajudar o governo a controlar os seus gastos e não em aumentar tributos. Conseguirá?

Uma pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-EUA, com sede em Washington, com as 500 maiores empresas dos Estados Unidos, listados pela revista Fortune das quais 197 tem negócios em nosso país, revela que A BUROCRACIA E TRIBUTOS ELEVADOS SÃO CONSIDERADOS OS INIMIGOS NÚMEROS Um. Os dois temas lideram o chamado Custo Brasil.

Isto significa que essas multinacionais não têm o menor interesse em investir em nosso país, pela falta de perspectiva de retorno, do baixo poder aquisitivo da população em relação ao mercado globalizado.

Diminuir a burocracia significa o governo simplificar procedimentos, eliminar coisas desnecessárias, demitir funcionários, eliminar os cargos de confiança, reduzir custos, economizar, otimizar os escassos recursos, não fazer gastos inúteis e isso levaria a redução da carga tributária.

Será que isto é tão difícil de se conseguir? Será que faltam pessoas com capacidade dentro do governo ou será falta de vontade política?

A resposta é toda tua caro leitor, e vamos lembrar isto nas próximas eleições, não nos deixando enganar por promessas de campanha.

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