Natal de Cristo, um belo plano de Deus
No livro do Gênesis lê-se: “Porei inimizade entre ti, demônio e a mulher. Entre a tua descendência e a dela. Ela esmagará a tua cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (3,15). Quem não vê nesse texto as figuras de um novo Adão e uma nova Eva, Cristo e Maria, destinados a vencer Satanás? Outro texto profético, de 1850 a.C., relata Javé ordenando a Abraão que deixe sua terra, Hur da Caldéia, dirigindo-se para Canaã, a Terra Prometida a ele e a seus descendentes, entre os quais o mais ilustre seria exatamente Cristo. É texto de um relevante valor: “Deixa a tua terra e vai para a terra que Eu te mostrarei. Farei de ti uma grande nação. Eu te abençoarei, multiplicarei e exaltarei o teu nome. Todos os povos da terra serão abençoados em ti!” (Gn 12, 1-3).
Quando o povo hebreu vivia escravizado no Egito, em 1250 a.C., Deus apareceu a Moisés mandando que se apresentasse ao Faraó, exigindo a liberdade de seu povo. Liderados por ele e Josué, deveriam retornar à Palestina, onde profetas como Jeremias e Isaías continuariam antecipando o evento do nascimento de Cristo: “Por que tumultuam as nações? Porque tramam os povos vãs conspirações e os príncipes se unem para conspirar contra o Senhor e o seu Cristo. Vou publicar o decreto do Senhor, que me disse: ‘Tu és o meu Filho e eu hoje te gerei. Dar-te-ei por herança todas as nações da terra e tu possuirás os confins do mundo!” (Sl 2, 7-9).
Mais próximo do nascimento de Jesus, por volta de 700 a.C., Jeremias adiantava que Deus enviaria ao seu povo e à humanidade um novo Pastor “segundo o seu coração”, um “servo sofredor” e um “rei que governará com sabedoria exercendo na terra o direito e a eqüidade”. Nesse mesmo tempo Isaías antecipava os sofrimentos de Cristo: “Ele, como manso cordeiro, será levado ao matadouro. Carregou os nossos sofrimentos. Foi ferido por Deus e humilhado. Graças às suas chagas nós fomos curados. Maltratado, não abriu a boca” (53, 4-7).
Miquéias falava sobre a cidade em que nasceria o Messias: “E tu, Belém de Judá, não é a menor das cidades, porque de ti sairá aquele que é chamado a governar Israel. Suas origens remontam aos tempos antigos, aos dias do longínquo passado” (5,1). Novamente o mesmo profeta diria, em célebre passagem do seu livro: “Eis que uma virgem dará à luz um filho e o chamará Emanuel, Deus conosco” (7,14).
Depois Malaquias profetizaria: “Vou enviar o meu mensageiro para preparar o meu caminho... Quem poderá resistir quando Ele aparecer?” (3, 1-5). Pouco antes o mesmo profeta, um dos últimos do Antigo Testamento, anteciparia que “do nascer ao pôr-do-sol se oferecerá ao seu nome incenso, sacrifícios e oblações puras” (1, 10-11).
Por fim, no Novo Testamento o Apóstolo Paulo afirmou, na Carta aos Hebreus: “Muitas vezes e de diversos modos outrora Deus falou aos nossos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas, esplendor da glória de Deus e imagem do seu ser que sustenta o universo com o poder de sua palavra, superior aos anjos, pois a qual deles disse Deus alguma vez: ‘Tu és o meu Filho, Eu hoje te gerei’?” (1, 1-5).
O Natal é de Cristo e ninguém tem o direito de roubar-lhe a festa. Aproximemo-nos da gruta de Belém. Com José e Maria, adoremos o Menino Jesus honrando nossas crianças e famílias. Cristo é o centro da história e continuará sendo. A Ele cabe um primado que não lhe será tirado. Como disse João Paulo II: “No mistério de Cristo compreende-se o mistério do homem!”.