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Publicado: Sábado, 21 de abril de 2012

Na Carvalho

Crédito: Divulgação Na Carvalho
À esquerda, Vila Belmiro. À direita, Campo Grande.

O jurisconsulto José Xavier Carvalho de Mendonça nasceu em 1861, no Recife, filho do coronel engenheiro Trajano Alípio de Mendonça e de Maria Moura de Mendonça. Viveu a maior parte de sua vida em Santos, tendo sido nomeado presidente do primeiro Conselho de Intendência do Município, que funcionou de 19 de fevereiro de 1890 a 18 de fevereiro de 1891. Foi juiz de Direito da Comarca, um dos fundadores e presidente da Associação Protetora da Infância Desvalida (Asilo de Órfãos) e por muitos anos advogado da Companhia Docas de Santos.

Para sua sorte ou azar, a cidade resolveu homenageá-lo colocando seu nome em uma avenida que vai do Morro do Marapé até a Associação Gota de Leite. A avenida corta quatro bairros (Marapé, Vila Belmiro, Campo Grande e Encruzilhada) e serve de fronteira entre os bairros da Vila Belmiro e Campo Grande.

Não é uma avenida conhecida do turista ou do visitante que decide passar a temporada pelas bandas de cá. Como é uma avenida enfiada dentro de bairros preponderantemente residenciais, um tanto afastados da região de orla e sem grandes atrativos históricos, acaba que somente quem é daqui e mora nesses bairros conhece a famigerada avenida.

A Carvalho de Mendonça é de registro sentimental para quem é da gema. Nela você encontra a Escola Municipal Olavo Bilac, o Ateneu Santista, o CR Vasco da Gama (o Vasquinho), o Pará Clube, casas comerciais tradicionais como a Pinguim, o Porãozinho e a Casa de Massas Milan, além de fazer esquina na Avenida Washington Luiz para o perto da morte Clube Atlético Santista.

A Carvalho, ao longo dos últimos 20, 30 anos, se tornou uma avenida comercial. Tirando logo o seu comecinho e o trecho que vai da Marques de Olinda X Visconde de Cayru até a subida para a Nova Cintra, tem lojas e serviços para tudo quanto é lado, desde venda de automóveis até dentistas, corretores e advogados.

É o típico lugar que deveria ser frequentado por aqueles que querem conhecer a Santos de verdade, e não somente aquela que aparece nos cartões postais, filmes e outras bossas.

É possível caminhar a pé de uma ponta a outra em torno de 40 minutos. E vale a pena o passeio. O visitante certamente entenderá porque o santista ama o bairro onde mora (conhecido nacionalmente como bairrista) e porque o santista chama o lugar onde vive de cidade-estado.

Numa ilha tão pequena, basta atravessar uma rua, basta dobrar uma esquina, e há uma outra cidade quase totalmente diferente a sua espera. Definitivamente, é uma experiência que não se pode jogar fora.

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