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Publicado: Sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mudança de Hábitos e de Valores II

Temos de nos acostumar com o novo. Aliás, vivemos à cata de novidades: o que há de novo, perguntamos com freqüência. Sinal que o novo integra a vida do homem e não há razões para reclamarmos, a não ser quando as novidades trazem em seu bojo exigências exageradas (“lei seca”), ilegais ou até absurdas, como aquela do motorista fazer curso de socorros de urgência para tirar ou revalidar a carta de habilitação, etc.
 
E o novo se tornando hábito, nada se tem a reclamar, como no caso do cinto de segurança que hoje todo o mundo usa, até nas cidades, não porque traz mais segurança - eventualmente no caso anormal de acidente-, mas porque eficientes agentes do trânsito podem multar.
 
Hábitos e costumes sofrem diuturnas modificações e imperceptivelmente ou após muita ou pouca resistência vamos nos adaptando ou nos conformando. Lembrem-se do tempo do paletó e gravata para os homens e das vestes femininas sem decotes e quaisquer sombras de masculinidade... Do discreto hábito dos cigarros em que jamais aconteceria ser alguma mulher pilhada fumando na rua ou em recinto aberto... Nas Igrejas, do respeitoso silêncio e das mulheres com as cabeças cobertas por véus...
 
Não vamos exemplificar com o antigo costume cheio de pudor das conversações “entre os mais velhos” nas rodas sociais e mesmo entre amigos mais chegados, e com os costumes juvenis tão elegantes e respeitosos (teatralização refinada). Hoje, as conversações são mais realistas, nas quais geralmente não faltam diálogos carregados de palavrões (teatralização esculachada).
 
Dá para se concluir, nesse confronto de valores, que se antigamente a imaterialidade das atitudes, além de cautelosa, poderia ser rebuscada ou hipócrita, na atualidade a crueza das situações e dos procedimentos denotam predomínio da animalidade no ser racional que é o homem. Portanto, o homem tendo necessidade de aperfeiçoar o seu espírito – na caminhada terrestre-, melhor seria se continuasse a se elevar com boas maneiras e bons costumes e não agindo de forma contrária.
 
O recomendável trabalho da re-educação, se assim se desejar proceder, será insano porque a maioria se encontra mergulhada na vivência e nas atrações da matéria, sendo que as atividades valorizadoras das coisas espirituais geralmente são marginalizadas, postas de lado, pelo fato de não se coadunarem com o novo impingido pela modernidade. Inúmeros valores, como honestidade, lealdade, sinceridade, foram postergados, para prevalecer os interesses econômicos, corporativos e outras “maracutaiaias”.
 
Atrás desse palavrório todo, o leitor consciencioso descobrirá ao final, que a síntese do artigo ou da crônica se cinge à continua luta entre o bem e o mal, que somente se extinguirá no final dos tempos. A minoria que tem de lutar contra as malévolas forças não pode deixar se abater, mas precisa se revigorar, intensificando as orações e, com urgência ler livros encorajadores ou ao menos percorrer o Livro dos Macabeus, constante da Bíblia Sagrada, em que os destemidos e valentes irmãos, mesmo em situações desfavoráveis e com exércitos menores, com a proteção divina, sempre saiam vencedores.
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