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Publicado: Domingo, 22 de março de 2009

Muambeiros unidos jamais serão vencidos!

Crédito: Google Imagens Muambeiros unidos jamais serão vencidos!
Da Reportagem Local
 
A greve dos vendedores ambulantes prossegue em seu décimo sexto dia, sem perspectiva de consenso entre os representantes da categoria e as autoridades constituídas.
 
O sindicato dos muambeiros, camelôs, sacoleiras e similares reivindica a licença para a venda de produtos da chamada linha branca (assim denominados por não possuírem nome ou marca fantasia em suas etiquetas de identificação), a poda imediata de um abacateiro no meio do camelódromo, o aumento do número de banheiros químicos de 3 para 27 e a reintegração da “Banca do Lorpa” ao circuito alternativo de compras – banida recentemente pela Guarda Municipal por comercializar Viagra genérico e cartilagem de lambari como sendo de tubarão.
 
Jorginho Bicicreta, há doze anos estabelecido ao lado da referida banca, falou à reportagem. “O Lorpa é gente boa que só vendo, tem um filho com problema, uma mulher que costura pra fora e uma sogra que nem o tinhoso merecia. Se a situação continuar desse jeito, ele disse assim que volta lá pra Três Corações. O camelódromo sem a Banca do Lorpa não é mais o mesmo, é uma loja âncora, chama gente pacarai (sic)”.
 
A Guarda Municipal, por sua vez, argumenta que a idéia era lacrar a barraca até que se concluísse o processo investigatório, que comprovaria ou não as irregularidades. De acordo com o Capitão Xexéu Vieira, a lacração não foi possível pelo fato do estabelecimento não possuir portas, paredes, tapumes ou qualquer outra estrutura física que lograsse o intento. Então a alternativa foi o recolhimento das instalações desmontáveis e a apreensão dos lotes do Viagra meia-bomba e das cartilagens de tilápia. Questionado pelo nosso repórter Paranhos se as cartilagens não seriam de lambari, conforme noticiado extra-oficialmente, o Capitão esclareceu que o exame microscópico revelou serem as mesmas de Tilapia Galilaea, até porque os lambaris não são dotados de cartilagens em sua constituição.
 
Caso não tenham atendidas as suas reivindicações, os autônomos não-estabelecidos ameaçam com a legalização plena de suas atividades e mercadorias comercializadas, emitindo as respectivas notas fiscais em três vias e procedendo ao recolhimento de todos os tributos em vigor nas esferas municipal, estadual e federal. Jorginho Bicicreta argumenta: “Aí é que eu quero ver a porca torcer o rabo. Que pai de família hoje consegue comprar DVD, pen-drive, notebook, carregador de pilha e boneca que faz xixi com o preço incluindo tudo quanto é imposto? Heim, me fala??? Nós cumprimos uma função social. Veja bem, o muambeiro e a sacoleira hoje precisam os dois serem ambos igualmente valorizados”.
 
Ao tomarem conhecimento da greve, ambulantes de várias cidades da região desembarcaram em massa na estação rodoviária e começaram a ocupar os espaços deixados pelos camelôs grevistas. Um deles, que não quis ser identificado, pronunciou-se: “Precisamos aproveitar rapidamente esse nicho de mercado. A população pode ficar tranquila que continuará tendo o que tinha antes, com maior variedade e preço ainda mais baixo. Essa greve dos camelôs locais mostra a força do cartel da muamba, que só quer defender seus privilégios e impedir a livre concorrência”.
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