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Publicado: Terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ministro Mercadante e os bons professores

Mercadante agora é Ministro da Educação. Depois de ler tantas coisas absurdas atribuidas a ele sobre educação, vem esta que é até interessante. No dia 25 p.p. ele declara para o Estadão.com.br (jornalista Lisandra Paraguassu) que uma solução para a escola pública é deslocar os bons professores para as escolas com piores índices.

Passado o choque, vem a pergunta. Então para resolver o problema da escola ruim tem que ter bons professores? Ele está redescobrindo a roda? Admite também que a escola é ruim quando tem maus professores. Isso sim é louvável e novidade. O que se vê sempre é o aluno e seus pais sendo responsabilizados pelo fracasso da escola. Se o aluno não aprende, e se a escola toda não aprende a culpa não pode ser dos alunos, claro. Tão óbvio que urra além de ulular.

Agora que ele descobriu o segredo, vamos ver como vai fazer para mandar os bons professores para as escolas ruins. Como ficarão as escolas tidas como boas, essas ficarão com os professores ruins?

Sempre é bom que se diga, que temos ótimos professores. São educadores excepcionais e comprometidos, mas é bom lembrar também que são a minoria esmagadora. Se os maus fossem a minoria não teria problema nenhum, é coisa que acontece em toda categoria profissional.

Também não temos escola boa. Escola boa é aquela escola excludente onde os alunos tem que resolver em casa, em cursinhos ou com professores particulares, o que não conseguiu entender na sala de aula. Matéria que o professor cobra na prova. A escola fica assim com a fama de escola forte e escola de excelência.

Seguindo a linha de raciocínio do Mercadante, essas escolas ficarão com os maus professores. Ora, o mau professor não quer saber de nada, nem vai elaborar lição de casa para ele ter que corrigir. Então a escola de excelência vai cair no rendimento? Rendimento que não é lá essas coisas. Numa tabela de 0 a 10 a escola não atinge a média 5.

De todas as coisas estranhas que o Ministro falou, essa a que mais deu mais o que falar. Um dos problemas seria designar o bom professor para a escola ruim. Alguém precisa contar para o Mercadante, pelo amor de Deus, que professor concursado escolhe a escola e ponto final. No professor concursado, ninguém manda e nem tasca.

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