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Publicado: Sábado, 3 de novembro de 2018

Mexer na ferida

Sim, entende-se, o enfoque de igual assunto, objeto de consideração recente. Mas, de todo modo, assim se o faz, porque é chegada a hora.

Num momento auspicioso, em que as evidências demonstram empenho desta vez seguramente sério, na recuperação da carcomida economia brasileira, mercê da instauração de um novo governo, a título de humilde possibilidade de se implementar ares puros e novos tempos, ousa esta matéria abrir um ponto de luz e assim sugerir :

Bem se sabe que este mesmo tema tem surgido mais vezes; entretanto há consciência de que se volte à baila. Corporifique-se como autêntico brado.

Seja tal ideia então tomada com vibrante coragem e determinação.

Há falhas e erros que pedem, quando não extinção, ao menos ensejo de retorno a fases áureas e sadias, experimentadas no passado e que saíram do panorama apenas por causa de precipitação.

Eis, pois, que o mais clamoroso desses erros do passado, ocorreram por causa da afoiteza de somente mudar por mudar, uma obra já consagrada, perene, bem dividida e robusta, a de como se erigira e vigia a Previdência Social no Brasil, então sólida e auto suficiente.

Hoje, como prova daquela alteração equivocada, se aventa com mais uma reforma da Previdência de cofres estourados, pelo mau uso e desvios sem fim e, confirme-se, desacerto que ocorreu por falta de reparo tempestivo. A Previdência faliu. E não tombou de uma hora para outra.

Portanto, mais do que chance de se devolver aos brasileiros aquela Previdência auto sustentável, nos mesmos moldes da bem sucedida de outrora: IAPI, IAPB, IAPC, IAPTC e assim por diante, reivindicação justa, de industriários, bancários, comerciários, caminhoneiros e outros. Categorias profissionais distintas e autônomas, repita-se.

Um governo que nasce em 2019 seja então caracterizado pelo destemor, patriotismo e de todo ilibado.

Entregue-se o encargo a mãos capazes, experientes e de reconhecido conhecimento dessa delicada matéria, que não se precipite de novo pelo caminho de deixar o trabalhador mais humilhado e desvalido do que está hoje.

Toda esta peroração soa estranha, bem se sabe, à geração presente e às imediatamente anteriores, porque não viram o justo conforto de uma aposentadoria decente e assegurada que, aos poucos se deteriorou. O móvel agora desta pretensa reforma, esta já em andamento, só tem buscado o remendo das supressões de direitos adquiridos, na sequência pois dos primeiros indícios já perpetrados pela inadequada, desfigurada e bisonha administração, que enfim cai de madura.

Em suma: mexa-se agora na ferida propriamente dita. O bem-estar do cidadão. Não fazê-lo, seria mero curativo recoberto de esparadrapo de cola pouca.

Pergunte-se, ademais:

Haveria no país patrimônio de maior valia do que a pessoa de cada cidadão em si mesmo?

 

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