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Publicado: Quinta-feira, 21 de maio de 2015

Menos essa

Menos essa

Entre os vídeos que circulam de celular para celular, dentre tantos do gênero,  interessante é aquela mensagem contida na ficção de dois irmãos e vizinhos, fazendeiros, que certa feita haviam se desentendido.

Um deles,  contratou um carpinteiro a quem encomendou uma cerca bem alta junto à divisa das propriedades, à margem de um ribeirão, para não mais nem sequer ver o mano do outro lado.

O serviçal solicitou todo material necessário, que lhe fora prontamente entregue.

Esse fazendeiro aproveitou para ausentar-se alguns dias, em rápida viagem de negócios ou quiçá de recreio.

Na volta, o carpinteiro lhe mostrou a obra, finamente confeccionada.

Era uma bela ponte.

O patrão enfureceu-se e lamentou ter despendido tão elevada soma, não na construção da cerca mas de uma ponte imprestável. E, descontente, começava a engatar algum meio de ser ressarcido.

O empregado lhe disse:

- Olhe lá.

O irmão do lado oposto já estava quase no meio da ponte e sinalizava com as mãos para que o outro fosse encontrá-lo. Ambos, no começo com passos já algo rápidos, puseram-se afinal a correr.  Após comovido abraço, prorromperam num choro convulsivo.

Refeitas as relações, instaram junto ao misterioso carpinteiro para que adentrasse sua casa. Eis que muito lhes aprazaria oferecer a esse novo amigo um jantar muito especial.

Educadamente, o convite não foi aceito porque, como lhes informava aquele “desconhecido”, ainda lhe caberia a incumbência de construir muitas outras pontes ...

Pois é.

Ato contínuo ao vídeo, veio à memória – e agora um fato verdadeiro - o de ter sido erigida uma ponte nem propriamente artística, mas de idealização certamente amistosa e simpática.  

Essa porém  nunca chegou a ser usada!

Permaneceu ali por vários meses.

Não se sabe se renegada por algum dos dois lados de um mesmo condomínio, separados, contudo, por uma rodovia de razoável movimento. Em verdade, a área de recreio e lazer propriamente dita era uma só e de uso comum.

A ponte aproximaria os moradores.

No entanto e mesmo que a conjetura não tenha sido propriamente essa, no imaginário de quantos atravessavam a rodovia ficou a impressão de que alguns moradores não terão aprovado a ideia da afixação da ponte, principalmente pelo desfecho de sua remoção e sem uso. A menos que órgãos oficiais não tenham aprovado tal projeto.

A cidade incorpora por isso a dúvida quanto a razões de retirada da ponte.

Ponte, símbolo e meio de aproximação.

Menos essa.

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