Mas o que engorda o boi é o olho do dono
Cada vez que muda o Secretário de Educação em São Paulo, a gente pensa: agora muda, agora melhora.
Começam a ser divulgadas as declarações na imprensa e a esperança começa a murchar.
O Secretário já se reuniu com representantes de seis sindicatos dos professores. Já deu satisfações a eles e ouviu as suas queixas e sugestões. Ouviu os prestadores de serviço. Ele mesmo, um prestador de serviço.
Os professores são os prestadores de serviço. Recebem para ensinar. Parece óbvio, mas a gente tem que refrescar a memória desse pessoal que se comporta na maioria das vezes como se estivessem fazendo um grande favor para os alunos de escola pública.
Os pais e alunos não foram nem recebidos e não foram ouvidos.
Quem paga a conta e quem usa o serviço foi mais uma vez esquecido.
Os pais e alunos têm queixas.
Que os sindicatos de professores podem ser ouvidos, claro que podem, mas os pais não podem?
Os pais têm também sugestões para melhorar a qualidade do ensino, afinal são os mais interessados. Um professor pode mudar de profissão, e se tornar um ex-professor. Um pai de aluno não vai ser ex-pai nunca. E também não pode deixar de pagar imposto se seu filho deixar a escola pública.
Mudança mesmo o Secretário disse que vai ser na COGESP. Vai mudar de nome e vai aumentar os cargos. Claro, óbvio. Tão óbvio que ulula. Tão óbvio e ulula tão alto que se a gente bobear nos arrebenta os tímpanos.
É isso, vamos continuar cobrando. Uma luta desleal, mas não vamos desistir nunca de reivindicar o fim da corrupção e da impunidade na escola pública. Vamos continuar cobrando uma escola de boa qualidade onde os alunos aprendam o necessário e não perca ali o referencial de honestidade que levam de casa.
Vamos continuar lutando para que a escola funcione de tal maneira que as construções de presídios e cadeias sejam cada vez em menor número.
Um sonho e uma esperança que não morre!