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Publicado: Domingo, 18 de outubro de 2009

Mas, o que é a felicidade?

Mas, o que é a felicidade?
A felicidade é o porquê da vida.

A maior diferença entre o homem que evolui, conquistando sucesso, daquele que “não sai do lugar” é a atitude que cada um assume diante da vida, pois sucesso independe de conquistas materiais. O sucesso estabelece a felicidade: um homem de sucesso é uma pessoa feliz. 

Mas o que é a felicidade?

Esse tema que persegue a humanidade desde os primórdios, e que já foi rejeitado pela ciência, vem hoje despertando o interesse, em crescente velocidade, do mundo acadêmico. Em instituições de ensino, chega a ganhar espaço no currículo.  A sociedade descobre o desejo por indivíduos felizes (...). Um desejo promissor, mas de caminho longo e complexo: a felicidade perpassa pela subjetividade de cada um.  Os sonhos de felicidade nunca são os mesmos. Sem citar as diferenças culturais, geográficas e históricas, em que o que é considerado felicidade em determinado período histórico pode ser condenável em outro. 

A felicidade é o porquê da vida, por isso direciona a humanidade. E propicia riscos. Em culturas de valores medíocres, o desejo de felicidade é direcionado à aquisição material. Nesse sentido provoca dor: a felicidade do outro dói, despertando a inveja e a maldade.

Nos Estados Unidos, cientistas renomados dedicam-se ao estudo da felicidade.  Daniel Gilbert, professor de Psicologia em Havard, concentra seu trabalho em entender por que algumas pessoas são mais felizes que outras. Embora pareça simples, sua teoria busca despertar no indivíduo a necessidade de corrigir traços negativos da personalidade, sobretudo aqueles que impedem o bem-estar consigo mesmo. 

No Brasil há 17 anos, Susan Andrews, psicóloga e antropóloga, dedica-se à difusão da Felicidade Interna Bruta (FIB), um índice que avalia o progresso de um país pelo bem-estar humano e ambiental.  Segundo Susan, depois que as pessoas alcançam os bens materiais para satisfizer as necessidades básicas, o acúmulo de bens não oferece mais felicidade. O que importa nesse ponto são os chamados “fatores não materiais”, como companheirismo, famílias harmoniosas, relacionamentos amorosos e uma sensação de se viver uma vida significativa.  

Dessa forma não é preciso tanto esforço para compreender que a felicidade mora dentro e não ao lado.  Nada que um bom poeta já não tenha versado. O problema é que o homem insiste em buscar na razão o porquê da vida e se esquece de olhar para dentro de si. Quem sabe agora, ganhando o aval da ciência, o homem permita-se, com maior intensidade, a auto-reflexão e descubra-se capaz da felicidade por si e não pelo outro. 

Leila Navarro, autora do livro “Talento para ser Feliz”, conduz sua tese no poder da transformação humana. Ela relata histórias de pessoas que num determinado ponto da vida, quando já não mais suportavam as dores da insatisfação pessoal, conseguiram arrancar de dentro de si os valores da felicidade. Com isso, descobriram a sensação de bem-aventurança. Bem-aventurança é quando criamos sintonia com o meio a ponto de sermos invadidos por uma felicidade sem fim. É estar feliz pelo simples fato de existir e, sem saber por que, ver a vida mais alegre; as pessoas mais bonitas; a natureza mais colorida; o cheiro mais doce e o coração mais apaixonado.  

Parece impossível? 

Galileu Galilei, ao versar que “não se pode ensinar alguma coisa ao homem, apenas ajudá-lo a encontrá-la dentro de si”, respondia à questão e mostrava o caminho.

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