Mãos calejadas, Olhos chorosos e sinceros

As mãos calejadas, resultado de anos a fio trabalhados na lavoura.
Os olhos chorosos e sinceros, começam a contemplar as letras escritas com o giz branco no quadro negro.
Um mundo novo acabara de ser concebido dentro desses corações: o conhecimento, grande presente. Os sons, as cores, acabam de ganhar um novo sentido. A leitura, a escrita, vem sutilmente reestruturando os antigos sonhos, vem sutilmente despertando a imaginação que fora forçada a dormir em anos de fome, sofrimento e preocupação.
Ofereço esse texto a todos aqueles, que das palavras na tenra idade não puderam desfrutar. Incentivo-os hoje, mesmo com a avançada idade, a este sonho tão antigo poder alcançar.
As mesmas mãos calejadas aprendendo a escrita entre as linhas azuis de uma folha de papel. Os mesmos olhos, chorosos e sinceros, que com o conhecimento decifram os textos, o sentido das palavras, rompendo limites, trocando os “rabiscos” por cores e letras, como um colorido pássaro ou um iluminado carrossel de aquarela.
Todo tempo é tempo de recomeçar!
Todo tempo é tempo de sonhar!