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Publicado: Quarta-feira, 4 de maio de 2005

Mais sobre Yôga - parte 15

O texto abaixo foi extraído do livro Tudo Sobre Yôga do Mestre DeRose

29. O Yôga reprime? Ouvi dizer que quem faz Yôga não dança, não pode comer de tudo e não pode ter uma vida sexual livre.

O Yôga não reprime e não proíbe nada. O que reprime é o sistema comportamental ariano denominado brahmacharya. Após a invasão ariana os indianos adotaram maciçamente o brahmacharya e isso faz crer aos menos informados que o Yôga compreenda tal sistema, mas não é assim. Yôga é uma coisa e brahmacharya é outra.

No Yôga não há restrições à liberdade das pessoas. Orienta, mas dentro do respeito pela liberdade de escolha. Cada um come o que quiser e faz da sua sexualidade o que considerar mais adequado.

Quanto a dançar, Shiva, o criador do Yôga, era um dançarino que tinha o título de Nataraja, "rei dos bailarinos". Em sua representação tradicional aparece dançando dentro de um círculo de fogo e pisoteando o demônio da ignorância, essa mesma ignorância que leva algumas pessoas a divulgar concepções errôneas sobre o Yôga.

Com relação às atitudes estranhas ou repressoras, tal responsabilidade cabe muito mais à fantasia de uma mente conflitada e ao fanatismo típico de um praticante mal orientado.

30. Quer dizer que o Yôga não obriga a ser vegetariano?

O Yôga não obriga a coisa alguma. Entretanto, todos os esportes e até profissões têm um tipo de alimentação especialmente recomendada. Imagine se um executivo poderia ter a mesma alimentação de um estivador ou vice-versa. Ambos renderiam menos e teriam sua expectativa de vida abreviada.

Mesmo no esporte, cada modalidade tem uma alimentação específica. Por exemplo, a dieta do corredor é diferente da do fisioculturista. Mas a coisa ainda não é tão simples.

Entre os corredores, a alimentação do de 100 metros é uma e a do maratonista, outra. O primeiro precisa de explosão, tem que ter em seus músculos elementos nutricionais capazes de se transformar em grande quantidade de energia em poucos segundos. O outro precisa que suas reservas não se queimem nem em segundos nem em minutos. É necessário um regime de lenta combustão para que o maratonista perfaça os quilômetros a que se propôs e tenha energia até o final.

No que concerne aos que se exercitam com pesos, também verifica-se a necessidade de uma alimentação específica para quem se dedica à hipertrofia muscular e outra bem distinta para quem trabalha para definir a musculatura.

E assim sucessivamente, com detalhes e minúcias assombrosas. Alguns desportistas não estão levando muito a sério essas filigranas nutricionais. Como conseqüência, temos acompanhado o baixo rendimento dos Latino-americanos nas Olimpíadas, perante outras nações que dão mais atenção à dieta do desportista.

Muita gente diz que quer praticar o Yôga, desde que ele não interfira nos seus hábitos. Acontece que tudo o que você for fazer seriamente, interfere. Se você pretende aprender um instrumento musical, pintura ou esporte, qualquer uma dessas coisas vai alterar os seus hábitos. Modificará até pequenos detalhes como a sua maneira de falar, vestir-se, pentear-se ou cortar as unhas!

O Yôga não proíbe nada e não obriga a coisa alguma. Você pode comer de tudo. Mas se quiser aproveitar a totalidade do que o Yôga tem para lhe oferecer, recomenda-se uma alimentação específica, mais biológica, que proporcione determinados nutrientes necessários em função do tipo de exercícios, do teor de consumo de oxigênio e de gorduras, da quantidade/qualidade de proteínas, vitaminas e sais minerais, do coeficiente de resíduos deixados no organismo, etc.A alimentação específica do Yôga será mencionada na questão correspondente. Nesta, só foi perguntado se o Yôga obriga o praticante a tornar-se vegetariano. A resposta é: não obriga.

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