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Publicado: Terça-feira, 11 de janeiro de 2005

Mais sobre Yôga - parte 6

O texto abaixo foi extraído do livro Tudo Sobre Yôga do Mestre DeRose

13. O Yôga é terapia?

Não. Afirmar que o Yôga é terapia é o mesmo que declarar que natação ou tênis são terapia. Algumas pessoas podem praticar tênis como "uma verdadeira terapia" ou natação para asma, mas isso não pode desvirtuar sua verdadeira natureza, que é a de esporte.

Da mesma forma há quem explore a yôgaterapia, que não é Yôga e sim um sistema medicinal inspirado no Yôga. Esse fato não deve desfigurar a identidade do Yôga, que é sabidamente uma filosofia.

Para uma pessoa saudável, o Yôga aprimora sua saúde de tal forma que constitui uma excepcional profilaxia, eliminando enfermidades futuras, antes mesmo que se manifestem. Para um praticante que passe por um problema de saúde temporário, o Yôga tem a propriedade de reduzir verticalmente a intensidade do mal passageiro e restituir a saúde do yôgin muito rapidamente. No entanto, não se deve procurar o Yôga só quando se está precisando. Daí a campanha que lancei em 1970: Faça Yôga antes que você precise.

14. Mas os médicos não recomendam aos seus pacientes a prática do Yôga?

Hoje já verificamos uma tendência dos médicos a só indicar o Yôga para pacientes saudáveis e mais jovens. Pessoas que precisam se exercitar ou administrar o stress, mas não são o que se pode classificar como "doentes".

Os textos clássicos do Yôga não fazem alusões a finalidades terapêuticas. Tais referências só surgem lá pela Idade Média, cerca de 4.000 anos após sua origem. Portanto, isso não faz parte da proposta original do Yôga.

Não basta cuidar dos sintomas mediante um tratamento limitado a mascarar cada uma dessas manifestações. Elas podem ceder, mas voltam. Ou então, estouram noutro lugar. É como se o stress fosse um assaltante na sua casa e disparasse o alarme, mas você preferisse, em vez de tratar da causa, desligar o alarme já que ele faz barulho e incomoda. Podemos aliviar os sintomas, desde que também cuidemos das causas. Isso, o Yôga nos proporciona.

Ensinar Yôga para enfermos ou para a terceira idade obrigaria a adaptação e simplificação das técnicas, tornando-as obsessivamente leves e passivas. Esse procedimento afastaria do Yôga o público jovem e saudável para o qual nossa arte foi criada e deixaria no seu lugar os idosos e doentes. Como seqüela final, essas práticas simplificadas não teriam poder suficiente para produzir os efeitos a que o Yôga se propõe: kundaliní e samádhi.

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