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Publicado: Terça-feira, 22 de março de 2005

Mais sobre Yôga - parte 12

O texto abaixo foi extraído do livro Tudo Sobre Yôga do Mestre DeRose

18. Parando de praticar o Yôga os efeitos cessam? Em quanto tempo a gente perde a boa forma?

Você praticamente não sai de forma. Os benefícios são incorporados ao seu patrimônio corporal. Tenho acompanhado casos de pessoas que pararam de executar exercícios físicos durante até dez anos e a boa forma, a flexibilidade e a musculatura foram muito bem conservadas.

Antes que você queira julgar o Yôga pelos parâmetros da Educação Física, lembre-se de que Yôga não é ginástica, nem esporte. Segue princípios e leis absolutamente distintos dos da Educação Física.

Para preservar por tempo indeterminado os efeitos obtidos com o Yôga é necessário apenas que antes de parar você tenha praticado durante um período razoavelmente longo, a fim de atingir um bom nível de adiantamento.

19. O Yôga é só para homens?

Na Índia, seu país de origem, o Yôga é uma arte de cavalheiros. Muito raro é encontrar-se uma senhora indiana praticando em uma escola ou áshram. Se alguém lhe pedisse para citar dez autores de Yôga hindus, é bem provável que você citasse dez homens e nenhuma mulher.

No Ocidente as mulheres não são discriminadas e podem praticar Yôga normalmente, assim como podem se dedicar ao Karatê que é outra arte oriental destinada originalmente aos homens.

20. O Yôga não é um exercício suave, muito parado? Uma espécie de relaxamento?

O verdadeiro Yôga não é uma espécie de relaxamento. Ganhou a fama de suave por ser biológico, não cansar e não agredir músculos, ligamentos ou vértebras. Mas não é suave no sentido de um exercíciozinho-água-com-açúcar. Desportistas em plena forma costumam ficar de queixo caído com a complexidade técnica dos exercícios de Swásthya Yôga e é comum confessarem-se incapazes de executá-los. O atleta encontra inicialmente tanta dificuldade ou tanta facilidade quanto um executivo sedentário.

21. O Yôga não deve servir só para orientais, já que foi criado na Índia e nós ocidentais somos diferentes?

Diferentes em quê? Na anatomia e fisiologia? Sabemos que não. O mesmo alimento nutre tanto a um ocidental quanto a um oriental. O mesmo veneno mata os dois. O mesmo remédio cura a ambos.

Ah! Então, é psicologicamente que somos diferentes? Também não. Não existe uma psicologia para ocidentais e outra para orientais: é uma e única para todos.

Afirmar que Yôga não funciona para ocidentais por ter sido criado no Oriente é estultícia. Seria o mesmo que afirmar que Judô, Karatê, Kung-Fu não funcionam para nós por terem sido criados por orientais.

Aliás, o papel, a seda, a bússola, a pólvora, o macarrão, o jogo de xadrez, a roda, a massagem, a acupuntura, a matemática, os algarismos "arábicos" (na verdade índicos), o conceito do zero, a química, a astronomia, a medicina... tudo isso foi criado pelos orientais. Até o Cristianismo veio do oriente! Devemos então supor que todas essas coisas não servem para nós?

Isso de dizer que orientais são diferentes dos ocidentais constitui apenas um pretexto separatista entre seres humanos para justificar os atos de violência física ou moral contra nossos irmãos orientais, negros, índios, judeus, latinos, etc. tais como guetos, colonialismo, apartheid.

“Quando vós nos feris não sangramos nós? Quando nos divertís não rimos nós? Quando nos envenenais, não morremos nós? Se somos como vós em todo o resto, nisso também seremos semelhantes.”Shakespeare, O Mercador de Veneza Ato III cena 1

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