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Publicado: Quarta-feira, 16 de março de 2005

Mais sobre Yôga - parte 11

O texto abaixo foi extraído do livro Tudo Sobre Yôga do Mestre DeRose

17-4 Alguns tópicos em detalhe

Alongamento muscular.

Sabe-se, nos círculos mais informados, que o alongamento ou streching é, nada mais, nada menos, que um segmento do Yôga denominado ásana (pronuncia-se ássana). Por isso, quem detém o melhor know-how de alongamento é o pessoal do Yôga.

Desenvolvemos no Yôga um método de alongamento a frio que é muito mais eficiente a ainda nos garante duas coisas com as quais todo desportista sonha:

1. proteção quase infalível contra distenções (mesmo praticando esportes sem o aquecimento prévio);

2. o desportista não sai de forma quando precisa interromper os treinos (dependendo do esporte, pode manter o atleta relativamente em forma até durante anos sem treinar).

Veja bem que estas são duas afirmações ousadas demais para alguém fazê-las por escrito se não fossem verdadeiras. A explicação científica e literatura de apoio encontram nas respostas às perguntas O Yôga é uma espécie de ginástica? e Mas a ginástica não prejudica o Yôga? deste livro.

Graças ao perfeito domínio técnico deste know-how, temos treinado muitos desportistas, dançarinos e lutadores, com resultados bastante animadores. Se você quiser conhecer o método ou seu não acredita que funcione, aceite o convite de vir praticar um pouco de Yôga e dê adeus ao fantasma da distensão...

Flexibilidade x musculação.

É verdade que quanto mais musculado, com menos flexibilidade você fica? Isso é apenas uma meia verdade.

Primeiro, vamos entender o que é a flexibilidade. Muita gente confunde alongamento muscular com flexibilidade. Ocorre que esta compreende uma série de fatores dos quais os músculos são só uma parte.

É geralmente aceito que o músculo muito alongado perde em força e que o músculo muito forte perde em alongamento. Contudo, se você souber trabalhar o seu corpo, vai obter músculos fortes e bem alongados, simultaneamente. Um bom exemplo disso é a ginástica olímpica.

O Yôga possui uma divisão de técnicas que desenvolvem a musculatura de forma extremamente harmoniosa, conferindo domínio até de músculos considerados involuntários, o que contribui para uma performance superior em qualquer esporte, dança ou luta. E ainda garante uma proverbial flexibilidade articular e muscular, obtidas mediante a eliminação de tensões localizadas, a conscientização de grupos musculares e as permanências maiores no ponto culminante de solicitação.

Se você não quiser experimentar o Yôga por ter alguma espécie de preconceito, lembre-se de que outros desportistas não estão tendo reserva alguma e vieram aliar o Yôga ao esporte. Então, mesmo que você não pratique Yôga, terá a oportunidade de confirmar a superioridade de quem pratica... ao competir com ele!

Competição.

Você já observou que mesmo com o corpo em repouso, quando fica nervoso a respiração acelera? É comum as pessoas ficarem ofegantes quando emocionadas por um grande susto, medo, raiva ou nervosismo— como, por exemplo, antes de uma competição ou campeonato.

Muito antes de você pôr os músculos a trabalhar, o coração já está acelerado, a musculatura pré-intoxicada e o corpo cheio de adrenalina, tudo isso com uma antecipação prejudicial. O resultado é uma considerável perda de energia e uma queda de rendimento, só por nervosismo e stress. Lá se vai o fôlego por falta de controle emocional. Lá vem uma distensão só porque você estava tenso demais e contraiu muito a musculatura. Quantas medalhas e troféus foram perdidos por causa disso! Se você fizesse Yôga, isso não aconteceria.

Bem, há muitos efeitos mas vamos ficar por aqui pois não queremos despertar um excesso de atenção do leitor para os efeitos, uma vez que não é essa a tônica que desejamos enfatizar.

O praticante que quer benefícios.

Existem dois tipos de praticante: um que vem buscando benefícios e outro que vem buscando Yôga. Cada qual vai encontrar o que veio buscar. Para o instrutor, o praticante que deseja Yôga e não vantagens pessoais é mais gratificante. Isso não significa que vamos recusar nem discriminar o outro. Esperamos simplesmente reeducá-lo para conscientizar que uma coisa nobre é o Yôga e outra bem inferior são seus efeitos.

O praticante que quer o Yôga e não meramente os seus benefícios, lê, pesquisa, investe, dedica-se. Já o que busca efeitos, esse não está se importando com a seriedade ou autenticidade do método, encorajando, dessa forma malsã, a disseminação de ensinantes sem formação nem habilitação, mas que saibam prometer benefícios.

O sádhaka que busca benefícios não valoriza os estudos mais profundos nem as sofisticações técnicas que seu instrutor se esforça por oferecer. Ele quer benefícios e tanto faz se o método é autêntico ou não, desde que consiga usufruir dos efeitos. Mesmo que eles sejam produto de uma mistura exótica e apócrifa que nada tenha a ver com o Yôga.

Agora, imagine uma outra situação, conseqüência da atitude acima descrita. Suponha que você é um professor de Ballet Clássico e, cada vez que vá ensinar uma técnica mais elaborada para tornar seu aluno um bailarino de verdade e não um mero iludido, ele reclame:

- Ah! Professor, não exija tanto de mim. Eu não estou aqui para aprender a dançar. Vim só para emagrecer.

E um outro:

- Eu também não quero dançar. Só quero melhorar da coluna.

E outro mais:

- Já não estou em idade de dançar. Meu médico me mandou aqui para tratar da asma.

No final, você é professor de dança, mas ninguém quer aprender a dançar, pois estão todos de olho só nos benefícios para a saúde! Que frustração! Isso é o que ocorre sistematicamente com os instrutores de Yôga.Por essa razão não gostamos de falar sobre os superlativos benefícios que a prática do Yôga pode proporcionar. Quem vem praticar conosco é porque entendeu nossa proposta e já sabe o que quer.

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