Lula, o CEU da Marta e o trânsito de São Paulo
Não faço política partidária. Acho que partidarizar a luta por uma escola pública de laica e de boa qualidade é apequenar a causa. Políticos e Partidos vão e vêm, muitos mudam radicalmente, a escola pública não. Essa fica. Capengando, caíndo aos pedaços, corrupta, esperando políticos para salvá-la e nem importa o partido. Aliás, educação deveria ser interesse de todos os partidos.
Semana passada o Lula esteve na Câmara Municipal de São Paulo, recebendo uma homenagem. Presente a Marta Suplicy, senadora, ex-prefeita e criadora dos CEUS (obras faraônicas que não cumprem seu principal objetivo). A principal finalidade devia ser acabar, ou pelo menos minimizar, a falta de vagas nas creches ensino infantil, básico e fundamental.
O CEU gastou dinheiro da verba da educação e criou um monte de coisas lá dentro. Bem vindo cultura, teatro, esporte, mas até o ensino fundamental tem que vir em primeiro lugar.
Clube o povo precisa. Lazer também, esporte ídem, mas cada um no seu espaço e com sua verba.
O Lula então diz que o PT é acusado até do trânsito caótico de São Paulo, mas na verdade é que o PT deu oportunidade para os pobres comprarem carros.
Não senhor, os pobres compram carros em prestações a perder de vista e ficam endividados; continuam pobres. Carro deixou de ser artigo de luxo e virou necessidade para quem mora longe.
Lembro então ao ex-presidente Lula que o CEU da sua Senadora, deixou só para exemplificar, a aluna Wendy fora da escola, com 8 anos, por falta de vaga no CEU QUINTAS DO SOL; nem é no interior, nem na periferia, nem nos cafundós de Garanhuns. A aluna mora na Penha, bairro de São Paulo, bairro de classe média.
A Wendy, assim como centenas de alunos fora da escola por falta de vaga, nunca terá carros para atrapalhar o trânsito com seu carrinho comprado a prestação. Essas crianças que em plena cidade de São Paulo, onde agora o Lula é cidadão, ficam fora da escola.
Sem saber ler, jamais poderão tirar carta de motorista.
Espero então que o próximo Prefeito seja de que partido for, priorize a escola pública pelo viés do seu legítimo dono, o aluno. O educador que venha como consequência feliz, com um bom salário, fiscalizado no seu trabalho e respeitador. Educador de escola pública, respeitável, será com certeza respeitado.