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Publicado: Domingo, 16 de setembro de 2007

Lexicon, Excelente Obra

Uma riquíssima obra de mais de 900 páginas foi lançada em língua portuguesa, há poucos dias, pelo Pontifício Conselho para a Família, com o título “Lexicon, termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas”.
 
São 81 artigos sobre os assuntos de ética e moral mais candentes da atualidade, escritos por pessoas gabaritadas, cientistas de renome internacional, cuja competência lhes dá respeitável autoridade sobre os assuntos. Não se trata de teólogos apenas, mas de médicos, embriologistas, geneticistas, psicólogos, juristas e outros profissionais de altíssimo nível, capazes de trazer real contribuição para todos os que se interessam no aprofundamento das matérias relacionadas à família, à dignidade da vida, ao corpo e à psique humanos.
 
Certamente a obra é de grande valor para o mundo acadêmico, sobretudo para universitários, privilegiadamente os que estudam ciências médicas, psicologia e direito. É também um instrumental indispensável para o trabalho pastoral, não podendo faltar nas bibliotecas dos seminários, das paróquias e dos centros pastorais diocesanos.
 
As pastorais da Família, da Saúde, da Juventude, do Menor, da Criança e outras, encontrarão neste excelente compêndio um manual de cabeceira para a explicação de muitos termos hoje tão dubiamente utilizados. Será impossível a um sacerdote não se armar com este arsenal de informações científicas para responder a tantas indagações e às vezes, até mesmo, agressões do mundo hodierno.
 
Temas como aborto, células-tronco embrionárias, fecundação in vitro, contracepção, “sexo-seguro”, homossexualidade e homofobia, planejamento familiar e paternidade responsável, educação sexual e família em seus mais variados aspectos, eutanásia e muitos outros termos, são explicados com objetividade e clareza. Teólogos e pastoralistas dão a palavra segura da Igreja a respeito dos vocábulos, contribuindo para a boa atuação de todos aqueles que têm a missão de orientar pessoas e grupos e colaborar com a boa formação das famílias e da juventude.
 
A obra é fruto de um encontro realizado em novembro de 1999, em Roma, com participação de várias ONGs (organismos não governamentais) onde se observou a necessidade de se precisar o sentido exato de expressões carregadas de ambigüidade nos assuntos relacionados à ética e à moral. Em 8 de dezembro de 2002, o eminentíssimo cardeal Alfonso Lopez Trujillo, presidente da Pontifícia Comissão para a Família, pôde lançar a primeira edição em língua italiana e espanhola e assim concluiu sua apresentação: “Esperamos que este Lexicon possa representar um instrumento útil para a nobre e urgente causa familiar e da vida. Temos consciência de que o campo dos equívocos é grande e, quem sabe, uma próxima edição poderia ser enriquecida com novos termos. Neste esforço de esclarecer a ambigüidade através de uma profunda pesquisa da verdade, deixamo-nos guiar pela razão e iluminar pela fé, em total obediência ao Magistério. Assim o leitor encontrará, como esperamos, os conteúdos genuínos e os objetivos que fazem parte da proclamação do Evangelho ‘sine glossa’”.
 
Grande participação e decidida contribuição exerceu na composição e tradução para a nossa língua materna o coordenador da edição do Lexicon, o excelentíssimo dom Karl Josef Romer, que por 30 anos foi bispo auxiliar do Rio de Janeiro e já há vários anos é o secretário da Pontifícia Comissão para a Família, em Roma.
 
A apresentação da edição portuguesa é feita pelo eminentíssimo cardeal Geraldo Majella Agnelo que assim se expressou em seu texto introdutório: “O Lexicon apresenta argumentos das ciências biomédicas e razões filosóficas e teológicas, visando contrastar a tendência de banalizar a vida e a morte, em nome do arbítrio individual e de um bem-estar subjetivo que ignora o outro, antes, trata-o como objeto que pode ser usado ou destruído conforme as conveniências”.
 
Na verdade, vivemos uma época de conturbação terminológica, pois muitos vocábulos são utilizados com tal liberalidade e às vezes com leviandade que a população é levada, muitas vezes, à insegurança e à confusão sobre onde está a verdade e que caminho, posição ou decisão deve tomar. Neste ponto, a família se torna uma instituição ameaçada por falsos conceitos e por interesses de grupos organizados movidos por ideologias falaciosas que exercem verdadeira pressão sobre a opinião pública e a ação de parlamentares. Assim, ao lançar este Lexicon, a Igreja cumpre o seu dever de auxiliar na compreensão dos termos da bioética e outros setores afins, para que não sejam vítimas de engano e de interesses relativistas.
 
Para o trabalho dos pastores, o Lexicon presta singular auxílio. Certamente ajudará a compreender o seu valor, as palavras do eminentíssimo cardeal dom Eugênio de Araújo Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, um dos prelados mais respeitados no Brasil pela sua envergadura e plena fidelidade à Igreja, que assim escreveu na sua apresentação da edição brasileira: “Neste contexto pastoral, de urgente defesa dos sagrados direitos à vida, à justa participação de todos e à igual dignidade da mulher e do homem, da criança e do adulto, do douto e do ignorante, do poderoso e do inerme ainda não nascido, é de incalculável utilidade para todos nós termos em língua portuguesa... o Léxico”.
 
Estou plenamente de acordo com o cardeal Sales também no que afirma logo a seguir do texto acima citado: “O maior mal
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