Kingsman: Serviço Secreto
Uma homenagem aos filmes de espionagem, mas com um tom cômico e um exagero proposital. Assim é “Kingsman: Serviço Secreto”, filme dirigido por Matthew Vaughn (“Kick-Ass”, “X-Men: Primeira Classe”). Reunindo diversos clichês comuns em produções de personagens como James Bond, Jason Bourne e Jack Bauer, a obra adaptada dos quadrinhos de Mark Millar e Dave Gibbons é sensacional.
O filme mostra uma organização super-secreta criada nos idos da Primeira Guerra Mundial com o fim de alcançar o “bem maior”, mas que perdeu um de seus principais agentes durante uma missão de resgate. Por isso, inicia-se o processo de seleção para encontrar um novo Kingsman. Eggsy, personagem de Taron Egerton, é o indicado por Galahad (vivido de forma espetacular por Colin Firth).
Filho de um ex-agente, o jovem vive se metendo em confusões no subúrbio onde mora. Cabe a Galahad ensiná-lo como ser um Kingsman, assim como foi seu pai. A dinâmica entre os dois é excelente. A experiência de Firth e juventude de Egerton contrastam na tela, mantendo o clima do resto da trama – afinal, estamos falando de filme onde os espiões usam ternos impecáveis, mas o sangue e a violência estão bem presentes.
Aliás, essa violência extrema e debochada me fez lembrar de um grande diretor de Hollywood: Quentin Tarantino. “Kingsman: Serviço Secreto” parece fazer parte da filmografia dele. Uma mistura de “Kill Bill” com os clássicos mais esdrúxulos de 007, o filme tem uma pegada surreal, que faz qualquer um pirar. Pra melhorar, tem ótimas cenas de ação, que foram coreografadas com muito esmero.
“Kingsman: Serviço Secreto” ainda conta com um elenco mais que especial. Samuel L. Jackson interpreta o vilão Richmond Valentine, dono de uma grande corporação que pretende fazer uma “seleção natural” entre os seres humanos. Só o plano já confere a ele um ar cômico, mas Jackson ainda faz uma interpretação caricata – porém certeira – que deixa o personagem irresistível.
Além dele, o filme conta com os sempre ótimos Michael Caine, Mark Strong e Mark Hamill. Uma surpresa foi Sofia Boutella, que interpreta a assistente de Valentine, Gazelle, uma espécie de ninja amputada com facas no lugar das pernas (!!!). O bom roteiro, a fotografia correta e, principalmente, as atuações no tom exato de exagero fazem de “Kingsman: Serviço Secreto” uma excelente opção de entretenimento.