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Publicado: Sexta-feira, 16 de março de 2012

Jornais e revistas

Ouviu-se e também foi visto – afinal sintonizava-se a TV Cultura – o jornalista Herodoto Barbeiro declarar que na verdade ele não lia jornais. Pareceu querer dizer que a causa seria a falta de tempo.

Hoje, ele noutra emissora, nem daria mais para lembrar exatamente qual a explicação dada.

Num primeiro momento, chocou aquela declaração vinda de um profissional da imprensa, que nem ao menos folheia páginas de diários e periódicos. Mais tarde, essa questão foi compreendida e assimilada.  Herodoto, é basicamente locutor e entrevistador. Para esses misteres, existem os produtores dos programas que, por sua vez devem ser abastecidos pelos repórteres de campo.

Ler jornais é uma prática amena e agradável, para quem tenha disponibilidade. São momentos bem empregados e aproveitados.

Existem, a par das boas leituras, as revistas semanais, diversas, algumas bem aceitas pelo público. Neste caso, também é necessário dispor de horas livres para vê-las. Ainda mais que por não terem elas a momentaneidade da TV e dos diários, compensam-se por dissecar mais demoradamente os fatos, notícias e acontecimentos.

Os temas políticos, em especial, comparecem mais enriquecidos de minudências e detalhes.

Está aí, pois, feito o prelúdio do tema objeto desta crônica, até, ele, um tanto extenso em relação ao todo do conteúdo de hoje.

Jornais e revistas, atualmente, ensejam também enfoques, nem todos tão palatáveis.

É de uma tal carga a predominância de notícias negativas – corrupção e violência nos estandartes de frente – que podem gerar enjoo e cansaço.

Ultimamente, mais do que em qualquer época, pulula e predomina o noticiário político, todo ele, inteiro, afetado das mais deslavadas revelações de corrupção, de toda ordem e em todas as áreas. Uma consentida malversação do dinheiro público.

Os senhores políticos, do Legislativo, compõem um séquito pernicioso, a ponto de nem mais se incomodarem quando vazam as mazelas praticadas, até porque ficam impunes.

No Executivo, predomina a roleta dos Ministros, mas sem cobro nem recuperação dos valores evadidos.

Escapa, tampouco, o pilar de equilíbrio dos Três Poderes: o Judiciário passou a ser igualmente notícia frequente de favorecimentos abusivos.

Enfim, amigos, numa espécie de moldura para esse retrato de um Brasil doente, sem perspectivas de mudança, ao ler portanto jornais e revistas de circulação nacional, em que pesem as páginas sadias de entremeio, pode sim cansar o leitor.

Cansa porque os leitores levam para as rodinhas os seus protestos, sem eco nenhum. Seria de o povo como tal, por si e sem cor político-partidária, promover aos poucos movimentos de repulsa, até que um dia tomem corpo e daí se exija um paradeiro na desfaçatez de como se apresentam hoje os órgãos públicos.

Será?

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