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Publicado: Segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Jogos Olímpicos - X

As Olimpíadas de 1972, realizadas em Munique, foram o palco de um episódio de cunho político que ofuscou os feitos dos grandes atletas, tal como o do nadador americano Mark Spitz. Na madrugada do dia cinco de setembro, membros do grupo palestino conhecido por Setembro Negro, disfarçados de atletas, invadiram o alojamento da delegação israelense. Logo na invasão, dois atletas de Israel foram mortos e outros nove foram tomados como reféns. No final do evento, um palestino acabou por jogar uma granada no helicóptero onde estavam os reféns e que haviam sido levados para um aeroporto. O saldo do episódio foi a morte de onze israelenses, cinco membros do grupo palestino e dois policiais. Afora este triste espetáculo, o brilho olímpico coube, por ironia do destino, ao atleta judeu americano Mark Spitz que já em 1968 havia ganhado quatro medalhas na natação, duas de ouro, uma de prata e uma de bronze, respectivamente nas provas de revezamento, 100 m borboleta e 100 m livres. Em 1972, o nadador atingiu seu auge, vencendo todas as sete provas das quais participou. Os brasileiros trouxeram duas medalhas naquele ano: Nelson Prudêncio ganhou o bronze no salto triplo e o judoca Chiaki Ishii levou o bronze no judô, categoria dos meio-pesados.
 
Em 1976, Montreal foi a capital dos atletas olímpicos. Marcado por vários boicotes por parte de 22 países africanos, além da Guiana e de Taiwan, os Jogos desse ano resultaram num prejuízo superior a US$ 1 bilhão ao Canadá, provocando grandes protestos por parte dos cidadãos canadenses. A grande heroína dessas Olimpíadas foi a ginasta romena, Nadia Comaneci, de apenas 14 anos de idade, ganhadora de cinco medalhas: três de ouro, uma de prata e uma de bronze. Comaneci, com sua delicadeza de menina e os graciosos desempenhos, conquistou o coração do público. Mais de dez anos após suas conquistas, a atleta romena fugiu de seu país e pediu asilo aos EUA. Também destaque nesses jogos foi o corredor cubano Alberto Juantorena, o primeiro atleta a vencer os 400 m e os 800 m na mesma Olimpíada. Para o Brasil, a glória foi do atleta João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, ganhador do bronze com a marca de 16,90 m.
 
Moscou sediou, em 1980, os Jogos Olímpicos. Comandados pelos EUA, 63 países deixaram de comparecer aos jogos daquele ano, em protesto pela invasão soviética ao Afeganistão. O cubano Teófilo Stevenson brilhou no boxe, ganhando sua terceira medalha de ouro na categoria pesados. O ginasta soviético Alexander Dityatin também se destacou, ganhando oito medalhas, três de ouro, quatro de prata e uma de bronze. O Brasil trouxe duas medalhas de ouro no iatismo, uma da dupla Marcos Soares e Eduardo Penido, na classe 470; e outra na classe Tornado, com a dupla Alex Welter e Lars Bjorkström. Duas outras de bronze também foram conquistadas pelo atleta João do Pulo e também pela equipe de natação no revezamento 4 por 200 metros livres.
 
Mais uma vez houve boicote, em 1984. Agora foi a vez da União Soviética e 17 outros países a se ausentarem dos Jogos realizados em Los Angeles, como retaliação à atitude americana quatro anos antes. O atleta americano Carl Lewis foi o grande destaque desses jogos, levando quatro medalhas de ouro no atletismo: 100 m, 200 m, revezamento 4 x 100 m e salto em distância. O Brasil teve sua glória com Joaquim Cruz, ganhador do ouro olímpico nos 800 m rasos. Os brasileiros trouxeram um total de oito medalhas, uma de ouro, cinco de prata e duas de bronze. Essas medalhas foram conquistadas no futebol (prata), iatismo (prata), judô (uma de prata e duas de bronze), natação (prata) e vôlei (prata), além do ouro ganho por Cruz. A imagem mais marcante desses Jogos foi a chegada, em 37º lugar, na Maratona feminina, da suíça Gabriele Andersen-Scheiss. A atleta ingressou no estádio olímpico completamente esgotada, desfigurada e com o corpo todo torto, protagonizando uma das cenas mais incríveis da história dos Jogos Olímpicos.
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