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Publicado: Sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Jogos Olímpicos - VIII

Em 1952, em plena Guerra Fria, as Olimpíadas foram realizadas em Helsinque, na Finlândia, com o recorde, até então, de 66 participantes. EUA e URSS polarizaram as disputas, sendo os ganhadores do maior número de medalhas: 76 e 71, respectivamente. Apesar da acirrada disputa entre as duas potências mundiais, o grande destaque desses jogos foi o tcheco Emil Zatopek, apelidado de “locomotiva humana” pelos seus excelentes desempenhos nas provas de longa distância. Zatopek ganhou três medalhas de ouro: nos 5000 m, nos 10000 m e na Maratona. Além dele, sua mulher, Dana, também ganhou uma medalha de ouro no arremesso de dardo. O Brasil teve seu grande herói: Adhemar Ferreira da Silva, que saltou 16,22 m na final do salto triplo.
 
Na Austrália, em Melbourne, no ano de 1956, a tocha olímpica foi acesa mais uma vez. O atleta brasileiro, Adhemar Ferreira da Silva voltou a brilhar, levando novamente o ouro no salto triplo. Um outro atleta brasileiro estreou nessas Olimpíadas para brilhar logo mais como campeão mundial: o pugilista Éder Jofre. Um dos grandes destaques dessas olimpíadas foi o atleta americano Alfred Oerter, ganhador da medalha de ouro no arremesso de disco e tetra campeão da modalidade, ao repetir o feito nos jogos de 60, 64 e 68. Os jogos australianos foram marcados por fortes eventos políticos. Além do boicote por parte de várias nações, o evento mais marcante foi a batalha na qual acabou se transformando a disputa de pólo-aquático entre URSS e Hungria, resultado da tensão causada pela invasão soviética à Hungria, ocorrida alguns meses antes dos jogos.
 
No ano de 1960, os Jogos Olímpicos foram realizados em Roma, em meio aos belíssimos monumentos do passado. Nesses jogos, entre outros campeões, despontou o lendário boxeador Cassius Marcellus Clay, ativista negro americano e que mais tarde adotaria o nome de Muhammad Ali. Clay deixou todos boquiabertos com sua falta de modéstia, ao declarar: “Ainda vou ser o maior do mundo”. E foi! Outro grande atleta cujo nome ficou registrado na história do atletismo foi o etíope Abebe Bikila, grande campeão da Maratona dos jogos de Roma e que fez todo o percurso correndo descalço. Bikila repetiria o feito, agora calçado, nas olimpíadas seguintes, em Tóquio. O brilhante atleta etíope acabou se acidentando, em 69, ficando com as pernas paralisadas. Daí em diante, passou a se dedicar ao arco e flecha e a outros esportes para paraplégicos. Faleceu em 1973, aos 41 anos de idade. Também nesses jogos foi destaque o atleta soviético Boris Anfiyanovich, ganhador de treze medalhas olímpicas em três olimpíadas: 56, 60 e 64. Também mereceu destaque Wilma Rudolph, paralítica quando criança e agora vencedora das provas de 100 m, 200 m rasos e integrante da equipe vencedora dos 4 por 100 m.
 
Em 1964, os japoneses tinham um grande motivo para fazer brilhar os maiores jogos do planeta. O Japão queria mostrar que, após ter perdido a guerra e ter sido bombardeado por bombas atômicas, havia conseguido reerguer sua grande nação. Destaque foi o soviético Valery Brumel, campeão do salto em altura com a marca de 2,18 m. Glória e fracasso experimentou nadadora americana, Dawn Fraser. Ganhadora do ouro nos 100 m, nado livre, em 56, 60 e 64, Fraser resolveu levar de souvenir uma bandeja japonesa do palácio do imperador. Por isso, foi banida do esporte por 10 anos pela federação australiana, o que praticamente pôs fim à sua carreira atlética.
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