Colunistas

Publicado: Quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Jogos Olímpicos - V

 
Tradição dos Jogos Olímpicos é o transporte da chama olímpica, que, desde 1936, após ser acesa em Olímpia, na Grécia, é conduzida por atletas, em revezamento, até os locais dos Jogos, cruzando estradas, montes e mares. A chama só se apaga no encerramento dos Jogos. Em princípio, os Jogos Olímpicos têm por razão servir de entrelaçamento de amizade entre os povos do mundo, incrementando o ideal de paz, harmonia e cooperação entre os homens. Assim, a tocha olímpica é bem um símbolo da fé de todos os povos numa vida melhor e mais justa, onde impere a verdadeira fraternidade, acima de interesses, paixões e conveniências individuais.
 
Após a II Guerra Mundial, o conceito de amadorismo passou a ser um dos maiores problemas olímpicos, uma vez que os regulamentos do COI proibiam a participação de atletas profissionais ou quem quer que usufruísse algum tipo de vantagem do esporte. Mas, dado o grande interesse dos países em participarem dos Jogos Olímpicos, praticamente iniciando ao fim de cada competição os preparativos para a seguinte, esse conceito acabou sendo modificado, visto também que o conceito de profissionalismo é bastante relativo. Tome-se, por exemplo, o fato de vários governos quase que isolarem seus atletas das atividades normais do trabalho, sustentando-os em troca de um treinamento intensivo.
 
Em 1896, os Primeiros Jogos Olímpicos da era moderna ocorreram em Atenas, contando com a participação de apenas 285 atletas. Naquele ano, tudo foi feito às pressas, com muita improvisação. As provas de natação, por exemplo, foram disputadas nas águas do Piereu e não numa piscina como ocorre atualmente. Na prova de salto com vara, uma vez que só dois norte-americanos haviam se inscrito, de improviso alguns atletas gregos que conheciam a modalidade acabaram por participar da disputa. No tênis, o irlandês John Pius Boland, arranjou um parceiro de última hora para o jogo de duplas. O parceiro do irlandês acabou sendo um alemão, Fritz Traun, que havia competido na prova de 800 m da competição de atletismo.
 
Uma das mais tradicionais provas dos Jogos Olímpicos é a Maratona Ela foi acrescentada às Olimpíadas em homenagem a um episódio da história da Antiga Grécia, ocorrido em 190 a.C. Nesse evento, os gregos venceram uma batalha contra os persas, os quais tinham um exército dez vezes superior aos gregos, devido à preparação física destes. A batalha ocorreu na planície de Maratona e, para anunciar a vitória dos gregos, um deles, Fidípedes, patriota ardoroso, correu quarenta e dois quilômetros e duzentos metros e, depois de dado o aviso, caiu morto. A primeira Maratona, por uma feliz coincidência, foi vencida por um carteiro e pastor de ovelhas das colinas de Marousi, chamado Spyridon Louis. Fato interessante é que Louis não tinha roupas de atleta para usar e acabou correndo em trajes sociais, contra Charilaos Vasilakos, o favorito da prova. Três horas depois de iniciada a competição, Spyridon Louis entrou no estádio olímpico acompanhado de seu cachorrinho que o acompanhara durante toda a prova, fazendo vibrar uma platéia de 60 mil pessoas. Após a vitória, ele deu a volta olímpica ao lado do príncipe Constantino e foi carregado pela multidão. Depois desse feito, apesar de aclamado pelos gregos, Louis voltou à sua rotina de carteiro e camponês.
Comentários