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Publicado: Sexta-feira, 31 de maio de 2013

Jogo de interesses

Crédito: Tiago Rogero/Estadão Jogo de interesses
Estádio ou canteiro de obras?

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro pediu a interdição do recém-reerguido estádio do Maracanã, que recebe neste domingo (dia 2 de junho) o amistoso entre Brasil e Inglaterra, alegando falta de segurança aos torcedores. E o MP-RJ tem razão. O entorno do maior do mundo é um verdadeiro canteiro de obras. E, pelo menos no meu entendimento, um canteiro de obras não está apto a receber uma partida tão grandiosa como essa, a primeira oficial do novo estádio (sim, novo, pois o Maracanã foi praticamente implodido para dar lugar a outro).

Só que o Tribunal de Justiça revogou a liminar do Ministério Público estadual e a partida acontecerá, mesmo sem os laudos terem sido apresentados em tempo hábil – a assessoria de imprensa do TJ informa que eles foram apresentados no plantão judicial.

Não entrarei no mérito legal. Pouco importa para mim que a papelada tenha sido apresentada. O que incomoda é ver a Justiça trabalhando tão rápido assim apenas para atender os interesses de alguns poderosos. Este amistoso só tem serventia para as confederações de futebol do Brasil e da Inglaterra, Governo do RJ, patrocinadores e emissoras de TV. O cidadão não ganha nada.

Aliás, o brasileiro não vai ganhar nada com Copa das Confederações nem Copa do Mundo. Quando o Brasil foi escolhido para sediar os eventos, fui um dos que mais comemorou. Pensei: “com isso, o governo vai investir em infraestrutura, transporte e telecomunicações”. Quanta ingenuidade a minha... O único investimento visto foi em estádios superfaturados, sendo que muitos não terão serventia após os torneios – como a ridícula Arena de Manaus, cidade que não recebe jogos importantes há anos.

Fica claro – cada vez mais – que a Copa do Mundo é um torneio caça-níquel. E a FIFA faz o povo brasileiro de otário, com seus mandos e desmandos. A entidade máxima do esporte mais popular do mundo encontrou no Brasil o local perfeito para seu golpe de mestre: um país corrupto, onde a Lei de Gerson prevalece e que o dinheiro molha a mão de muitos – só não aparece no bolso do povo.

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