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Publicado: Segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Jesus Cristo e Allan Kardec: ponto Final

Sem desejar causar polêmica, afirmei em artigos anteriores a incompatibilidade entre o cristianismo e o kardecismo. No artigo de hoje, com a convicção de sempre e com argumentos baseados nas obras de Allan Kardec, desejo colocar um ponto final no controvertido tema, reafirmando o respeito que tenho por todos os que se professam “espiritualistas”.

O kardecismo não se inclui entre os grupos cristãos e nem pode fazê-lo, o que cabe somente às Igrejas Ortodoxas do Oriente, aos Protestantes do Ocidente e aos Católicos de todos os povos. O problema central que nos distancia é a pessoa de Jesus. É fundamental partir daquilo que todos cremos: Ele é o “Verbo de Deus”, Deus como o Pai e o Espírito Santo desde toda a eternidade, com afirma o Apóstolo João no Evangelho: “No princípio havia o Verbo. O Verbo estava em Deus. O Verbo era Deus. Tudo foi feito por Ele. Ele veio para os seus que não o receberam... O Verbo se fez carne (homem como nós) e vimos a sua glória” (Jo 1, 1-11).

Cremos em Jesus Cristo como pessoa divina e integrante da Santíssima Trindade. Proclamamos no Credo Niceno-Constantinopolitano ser Ele “gerado e não criado”, igual em sua natureza divina tanto a Deus Pai quanto a Deus Espírito Santo. Tendo o primeiro casal humano caído no pecado, perdeu os dons preternaturais e sobrenaturais recebidos de Deus, de cuja amizade privava. Com o pecado dentro do coração do homem, da mulher e de seus descendentes, estes precisavam de uma redenção.

O plano misericordioso e redentor de Javé foi longamente preparado. Há vinte séculos, na Palestina, o Filho de Deus se encarnou, assumindo no seio virginal de Maria de Nazaré a natureza humana. Deus e Homem, Jesus Cristo realizou com toda a fidelidade a missão que Deus Pai e o Espírito Santo lhe confiaram. Tornou-se o Redentor e o Salvador de toda a humanidade. Como nos lembra o Apóstolo Pedro, nossa salvação custou para Ele “não o preço de ouro ou prata, mas do seu próprio sangue” na cruz. Ninguém como Ele proclamou e viveu o amor e as bem-aventuranças (Mt 5, 1-12).

Injustiçado pelos líderes do Sinédrio e por Pilatos, foi condenado à morte na cruz. “Mas Deus o ressuscitou e lhe deu um nome que está acima de todo nome. Diante dele, o Senhor, devem dobrar seus joelhos todos os que estão no céu e nos infernos”. (Fil 2, 8-10). O sepulcro de Cristo continua vazio em Jerusalém. Ressuscitado, está glorificado à direita de Deus Pai e virá no fim dos tempos para julgar todos os vivos e os mortos. “Irão os bons para a vida eterna e os maus para a condenação eterna!” (Mt 25, 41-46).

No momento conhecido por Deus, seremos julgados pessoalmente por nossa vida digna ou pecadora, aceitando ou rejeitando os sofrimentos próprios da vida de todos nós, ficando para sempre com Ele. Formaremos a Igreja glorificada, vivendo felizes para sempre no amor. Como escreveu Santo Agostinho de Hipona no século IV, contemplaremos a Deus face a face, para sempre. Contemplando-o como ser supremamente amável, nós o amaremos pela eternidade afora.
Como os amigos espíritas conscientes devem conhecer essas verdades fundamentais da fé cristã e católica, não lhes resta senão optar entre o cristianismo e o kardecismo. A conciliação nesses e em outros pontos, as crenças nos distanciam. Cada qual responda no dia do próprio julgamento, por sua adesão a Jesus Cristo e à sua Igreja ou ao “Evangelho Segundo o Espiritismo”. Citar Jesus Cristo,apenas proclamando o seu “mandamento do amor”, não salvará a ninguém. É necessário segui-lo e comportar-se segundo todos os seus ensinamentos. Certamente Cristo nada tem a ver com um “médium”.

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