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Publicado: Quarta-feira, 14 de novembro de 2007

IV Romaria Diocesana a Aparecida

Realizamos, neste dia 15 de novembro, nossa IV Romaria Diocesana ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. As romarias diocesanas ao Santuário de Aparecida têm sido momentos importantes para muitas Igrejas particulares, sendo as duas mais expressivas aquelas da Arquidiocese do Rio de Janeiro e a da Arquidiocese de São Paulo, ambas já centenárias. A romaria do Rio tem levado, todos os anos, cerca de 1200 ônibus.
 
As romarias diocesanas celebram a unidade eclesial, pois reúnem o máximo de pessoas de todas as paróquias, ao redor de seus Pastores.
 
Ir em romaria significa celebrar a nossa condição de peregrinos para o Reino definitivo de Deus, aumentar a nossa consciência dos percalços da estrada, a necessidade de recobrar forças e nunca desanimar no caminho do bem. Quem vai em romaria sabe estar fazendo um ato religioso, um andar com Deus, um exercício de fé. Não se faz romaria por turismo, para passear, para visitar lugares diferentes. A satisfação e a alegria de estar em peregrinação vêm do alto, e se torna prazeroso caminhar juntos para os lugares santos.
 
Ir em romaria significa abrir-se à oração, à celebração do mistério de Deus, é mergulhar no mundo místico com a certeza de encontrar Deus na experiência de comunidade. Quem vai em romaria, vai com a consciência de que assim como nas estradas, também no desenrolar da vida pode-se ter quedas e é necessário soerguer-se e nunca cansar.
 
Nas peregrinações, o fiel busca a força do sacramento da confissão para continuar firme e corajoso, certo de que Deus não desiste dele, mas misericordiosamente o perdoa, frente a seu propósito de conversão e firme decisão de tomar seu rumo, mais condizente com a Palavra do Senhor a cada dia.
 
Quem caminha precisa de alimento. Nas romarias, o ponto máximo é a Eucaristia, a mais sublime e mais importante de todas as celebrações, pois aí encontramos o próprio Senhor no Pão e na Palavra.
 
Quem, em romaria bem assumida, não sente a presença viva de Jesus que garantiu estar conosco todos os dias até o fim dos tempos? Entre os textos dos santos evangelhos que mais poderiam iluminar uma romaria, podemos citar o episódio dos Discípulos de Emaús.
 
Aí, os dois caminheiros prosseguem seu caminho, dominados por certo desânimo, mas experimentam pouco a pouco algum calor no coração que não os deixa desistir. Há algo diferente acontecendo que é superior às suas condições puramente humanas. Não sabem explicar, mas sentem força que vem de fora e que age no âmago da alma e os impulsiona.
 
Ao sentarem-se à mesa da partilha, descobrem a presença do Senhor que lhes parte o pão. Abrem-se-lhes os olhos, recobram todas as forças perdidas, voltam abastecidos para anunciarem as maravilhas do Senhor. Todo romeiro é um caminheiro com Jesus, pois quando vai é um discípulo e quando volta é um missionário.
 
Ir em romaria a um Santuário Mariano é, como várias vezes sugeriu João Paulo II, estar na escola de Maria. É contemplar o amor de Deus se concretizando na vida daquela que teve como única missão ser a mãe do Salvador. Como tal, foi antes discípula e depois missionária. Na escola de Maria aprendemos a amar a Deus de forma pura, singular e intensa.
 
Fortificamos nossa relação pessoal com Jesus, pois foi ela que, entre todas as mulheres, mais próxima esteve do Filho de Deus, tendo-o trazido nove meses em seu seio, acompanho-o na infância, na juventude e na vida pública. Ela nunca o abandonou, mas esteve ao seu lado até o fim.
 
Preparando-nos já para a Campanha Fraternidade, refletimos sobre o tema: Dignidade da Vida Humana e a Fraternidade, com o lema: “Em defesa da Vida, na Casa de Maria”.
 
Não há lugar mais apropriado para se refletir e rezar a respeito do direito à vida, que a casa de Maria, pois ela é o mais forte símbolo da sacralidade da existência humana, uma vez que foi escolhida pelo próprio Deus para ser a mãe do Salvador.
 
Em condições humanamente difíceis, Maria concebeu seu filho Jesus e compreendeu os planos de Deus. Dele não se furtou e nem se distanciou. As condições adversas no tempo da gravidez, o desconforto no dia do nascimento na gruta de Belém, o pavor da fuga para o Egito, nada disso foi motivo de desesperança ou de atitude que pudesse resultar em agressão à criança. Ela, ao contrário, a protegeu com amor.
 
Diante de tantas ameaças à vida nos dias de hoje, refletir sobre a dignidade da pessoa humana a começar pelo seu direito de viver é mais que uma necessidade. É uma urgência. Buscando meios de criar um mundo novo de paz e harmonia, a romaria de Jundiaí neste ano nos ajudará a buscar, sempre com mais ardor, caminhos que vençam a cultura da morte e construam a cultura da vida.
 
“Em defesa da Vida, na Casa de Maria”: eis a força que os diocesanos de Jundiaí buscam no Santuário Nacional da Padroeira do Brasil, no presente ano.
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