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Publicado: Terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Itaipu - Nossa maior riqueza!

Crédito: Google Imagens Itaipu - Nossa maior riqueza!

Novamente somos campeões mundiais em produção de energia elétrica.

A nossa Itaipu, cravou 98,3 milhões de MWh de energia elétrica produzida até as 15:50 hs do dia 30 de dezembro de 2013, fechando o ano com novo recorde. A sigla MWh significa megawatt-hora é uma unidade de energia, onde M (Mega) é um prefixo que significa 10^6, ou seja, milhão e W (Watt) é a unidade de potência no Sistema Internacional (SI), significando J/s (Joule por segundo), energia por unidade de tempo.

Aliás, somos bi-campeões em produção de energia, porque batemos nosso próprio recorde conquistado em 2012.

Para se ter uma ideia da quantidade de energia gerada por Itaipu, ela seria suficiente para abastecer o mundo todo, durante dois dias; o Brasil por 79 dias; a Argentina por 9 meses e 22 dias; o Paraguai nosso sócio na usina por 8 anos, e os EUA, o maior consumidor de energia elétrica do mundo por 8 dias.

A usina que vem em segundo lugar é a de Três Gargantas, na China, que ficou 10% atrás.

A diretoria de Itaipu atribuiu o resultado “a boa gestão dos recursos disponíveis e ao comprometimento dos empregados”.

Itaipu está localizada no Rio Paraná. A usina hidrelétrica de Itaipu começou a ser planejada ainda na década de 1960. Corria o governo Juscelino Kubitschek e o seu plano de desenvolvimento de 50 anos em 5, quando foram assinados os primeiros acordos de cooperação entre Brasil e Paraguai sócios no empreendimento.

O nome Itaipu já denominava um local do rio. Em tupi quer dizer "a pedra que canta". A formalização do empreendimento se deu com a assinatura do tratado de 1973, que estabeleceu os pontos para o financiamento da obra e a operação da empresa, num modelo de sociedade binacional, pertencente às duas nações em partes iguais.
Pelo documento, cada um dos países tem direito a 50% da energia produzida. Caso uma das partes não use toda a cota, deve vender o excedente ao parceiro a preço de custo.

As dimensões do projeto também estavam traçadas desde o início: a área da hidrelétrica vai de Foz do Iguaçu, no Brasil, e Ciudad del'Este, no sul do Paraguai, até Guaíra e Salto del Guairá, no norte deste país. Entre 1975 e 1978 mais de 9 mil casas foram construídas nas duas margens do rio Paraná, para abrigar os trabalhadores que construíam a usina. Para que se tenha uma dimensão do empreendimento, até um hospital foi erguido no local.

Na época da construção, Foz do Iguaçu era uma cidade com apenas duas ruas asfaltadas e cerca de 20 mil habitantes. Em dez anos, a população se multiplicou para 101.447 pessoas. Os números da obra, que levou 10 anos para ser concluída, são impressionantes: aglutinou cerca de 40 mil trabalhadores; mais de 50 milhões de toneladas de terra e rocha foram escavadas para ser feito o deslocamento do curso do rio Paraná, o sétimo maior do mundo; a quantidade de concreto usado para construir a usina seria suficiente para erguer 210 estádios do tamanho do Maracanã; seria possível levantar 380 Torres Eiffel com o total de ferro e aço utilizados no empreendimento; mais de 35 mil animais que viviam na área a ser inundada pelo lago da usina foram removidos.

A obra também ajudou a dinamizar vários setores da economia brasileira. No início da década de 1980, o transporte de materiais para a Itaipu Binacional mobilizou 20.113 caminhões e 6.648 vagões ferroviários, enquanto a demanda por mão de obra provocava filas imensas nos centros de triagem dos consórcios. A roda da primeira turbina, com 300 toneladas, saiu de São Paulo em 4 de dezembro de 1981 e chegou ao canteiro de obras em 3 de março de 1982. O primeiro giro mecânico de Itaipu ocorreu em dezembro de 1983, como teste. Em 5 de maio de 1984 a gigante entrou em operação com uma unidade geradora de energia, de um total de 20 previstas no projeto. As duas últimas turbinas foram inauguradas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva somente em 2007, 33 anos depois do início da construção. Até 2006, a usina brasileira-paraguaia foi considerada a maior do mundo, sendo batida pela entrada em operação da usina Três Gargantas, localizada na China.

Atualmente, a capacidade de geração da usina é de 14 GW por ano, sendo que cada uma das 20 unidades geradoras fornece 700 MW/ ano. O primeiro recorde de produção foi atingido já em 2000, quando a Itaipu Binacional gerou 93,4 bilhões kWh. Em 2004, quando completou 20 anos de atividade, a usina já havia gerado energia suficiente para abastecer o mundo durante 36 dias. Do lado brasileiro do rio Paraná, 20% da energia elétrica consumida no país vem de Itaipu.

O Paraguai utiliza apenas cerca de 5% da energia gerada em Itaipu, o suficiente para abastecer 95% de sua demanda por eletricidade. O restante é vendido ao Brasil, mas como o governo brasileiro cobriu praticamente sozinho os custos da obra da usina, Assunção tem uma dívida com Brasília, que acabará apenas em 2023. Até lá, a energia vendida pelo lado paraguaio continuará sofrendo abatimento. O valor da construção da hidrelétrica foi, à época, de aproximadamente US$ 1 mil por quilowatt instalado, ou cerca de US$ 14 bilhões, o Paraguai entrou no empreendimento com apenas US$ 50 milhões, financiados pelo Banco do Brasil.

Fonte principal: Revista de Informações e debates do IPEA
2010 – Ano VII – Edição 60 – 28/05/2010.

Disponível em:
http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2328:catid=28&Itemid=23

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