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Publicado: Terça-feira, 3 de maio de 2011

Isso aqui é beeeem longe de Sampa

Estou nos USA, no primeiro de maio, acabei de ver/ouvir o presidente Obama falar sobre a morte do Bin Laden. A alegria nacional está sem limites...com a ressalva de que aqui onde estou são duas horas menos que em Washington. A TV aberta fala só sobre isso...entrevistas com pais de um rapaz que perdeu a vida no 11/09. Não estou aqui para fazer comentários políticos, mas o Obama fez questão de dizer que a guerra contra o terror não era contra o Islã, só contra a Al Kaeda. Mas eu estou aqui na Costa Oeste, volto para SP amanhã, estou até apreensiva quanto ao que vai rolar no aeroporto amanhã.

Seja como for, na vinda, minha companheira de poltrona era uma senhora que tinha trabalhado na United, linha aérea na qual eu viajei. Ela falou tão mal da companhia (tratava mal os ex-funcionários, o serviço no vôo era péssimo...muito oh dia oh céus...). Mas no vôo interno que fiz, também com a United, antes de ensinarem como fazer, onde são as saídas de emergência...apareceu na televisãozinha coletiva o CEO da companhia falando sobre a fusão com a Continental, explicando, tranquilizando...

No último vôo que eu peguei para chegar, Los Angeles/ Reno estava insuportável, perto do meu portão de embarque: um americano BERRRRRRRRANDO no skype e um chinês (atenção, reconheci pelo tipo de fala...não sei como nem porque, mas eu tive certeza de que era chinês) fala alto no celular e eu, que queria aproveitar o tempo ocioso para trabalhar....aiaiai. Além de tudo, a conversa do americano não me interessava, mas ele contou para todo o aeroporto que tinha acabado de voltar da Austrália...

A epidemia de obesidade que assola o país: primeiro, nos vôo internacionais, álcool é pago. Nos vôos nacionais, onde não se serve comida, as pessoas levam a sua própria. Alguém leva sanduiche natural? Claro que não. Minha companheira no caminho de Reno tinha no colo um isopor ou equivalente com um frango à parmegiana (estava escrito). Mas ela nem comeu, me contando gentilmente TUDO sobre Reno.

Cheguei finalmente ao aeroporto de Reno, Nevada. Uma faixa de boas vindas para USBC. Sabe-se lá o que era isso. Descobri logo: United States Bowling Congress. Aí achei demais e fui assuntar. Não era de fato um congresso, mas sim um campeonato. Mas as figuras que chegavam a caminho eram simplesmente o máximo.

Características do estado de Nevada: não se cobra no salário imposto estadual, pois o governo ganha tanto com o jogo que abre mão desse imposto. Além do jogo, também é O estado onde a prostituição é permitida: há bordéis chamados disso mesmo. Numa cidade chamada Victorialand, que em tese é onde se passavam as cenas urbanas de Bonanza (desculpem-me os muito jovens), há um museu do bordel (!!!!). E hoje havia a mesma fauna que há no mundo inteiro de motoqueiros de Harley Davidson. Gordinhos, de camiseta, bandana....

Há tanta prata por lá que nas placas de carro, assim como Washington é a Capital City, lê-se The Silver State. Muita coisa se chama Ponderosa, também em homenagem a Bonanza. Outra característica é o assunto divórcios/casamentos. Acho que todo mundo sabe que em Las Vegas para casar é só chegar, consta que há casamentos drive through. Ontem na hora do almoço fui a Reno propriamente dita, é uma cidadezinha (a maior cidadezinha do mundo, diz o pórtico da cidade) que tem um riozinho muito agradável para passear e alguns “clubes para homens”..., mas vi uma quantidade enorme de wedding chapels ( o que, por um lado, tudo a ver com o casamento real da semana que passou). Quando eu lembro que em Paris fiquei chocada com a quantidade de casas de pompas fúnebres...

No entanto, assim como Vegas é a cidade dos casamentos, Reno é dos divórcios mais rápidos....segundo consta (desculpem crianças ou gente não interessada em cinema), iniciado por Mary Pickford, a namoradinha da América (podem procurar no Google)

O hotel onde eu fiquei, porque o Congresso era aqui mesmo é um hotel Cassino. Ou seja, cheio de caça níqueis, mesas de roleta, blackjack....poquer era em salas fechadas. Eu não resistiria: joguei um pouquinho na roleta (o mínimo permitido...que perdi sem muito esforço. Mas também, meu quarto no hotel era 666. Eu joguei no 6 e no 18...não deu) e no caça níqueis. Coisinha maldita. Agora a quantidade de velhinhas...Como em qualquer local viciante, para mim que não tenho GPS interno, é praticamente impossível sair. Claro que havia mocinhas com pouca roupa servindo, perguntando o que se quer – quem joga tem bebida de graça. Uma menina que estava a meu lado na roleta (novinha, de shortinho jeans e blusinha de tecido brilhante) pediu champagne...que veio servido num copo de plástico de água (minha Coca light veio em copo de vidro).

Mas...no hotel também há duas capelas para casamento. E com a temperatura de abaixo de 10º a piscina (era aquecida, mas em área externa) cheia...e gente tomando sol, de maillot.

Hoje fiz um tour ao Lake Tahoe. Se alguém vier para essa região, não perca, é lindo, cercado de picos nevados, área super desértica... Fiquei sabendo que, como o espaço urbano é muito mais caro na Califórnia, muita gente se mudou para Nevada, elevando o preço dos imóveis...e quando veio a crise de 2008...pois é.

Mas a cerejinha do bolo foi a história da fronteira entre a Nevada e Califórnia. Há um hotel que se chama Calineva, que pertenceu ao Sinatra. Quando o hotel foi construído, numa sala que ainda existe, mas que é atravessada pela linha que separa os dois estados (pintada no chão) havia muitas maquininhas de jogatina, com rodinhas. Quando chegavam os Feds para prender os ilegais, o povo empurrava as maquininhas para cá da fronteira...

Nesse hotel, onde se reunia de rotina o Rat Pack ( Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr...), grandes freqüentadores eram a Marilyn Monroe, os Kennedy (dizem as más línguas que foi lá que começou o namoro entre os dois). Para esses, havia bangalôs privativos. O número 3 era da Marilyn...e dizem que é mal assombrado!

Dizem que ela passou lá a semana antes de seu suicídio (e que lá tentou também, mas o Sinatra a achou). Depois foi ao Sul da Califórnia...onde foi encontrada morta.

O dia do trabalho acabou!  Boa semana, bom trabalho
 

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