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Publicado: Segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Índice de preços ao produtor por atividades

Índice de preços ao produtor por atividades

Segundo o IBGE, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) teve variação de -0,17% em dezembro quando comparado com novembro, resultado inferior à taxa observada na comparação entre novembro e outubro (0,02%). Ao comparar o mês atual contra o mesmo mês do ano anterior (acumulado em 12 meses), os preços variaram 2,61% em dezembro e 3,22% em novembro. O acumulado no ano em dezembro, igual ao acumulado em 12 meses (2,61%), foi menor do que em novembro (2,78%).

O IPP mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação.

Em dezembro de 2011, 13 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra mesma quantidade no mês anterior. As quatro maiores variações observadas em dezembro se deram entre os produtos compreendidos nas seguintes atividades industriais:impressão (-2,89%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,45%), fumo (1,92%) e outros equipamentos de transporte (1,33%).

Em 2011, os preços de alimentos aumentaram, em média, 3,16% contra 21,24% em 2010. A diferença entre o comportamento dos dois anos está no último trimestre. Em 2010, ao contrário de 2011, no último trimestre, os preços cresceram a uma velocidade maior do que o trimestre anterior, haja vista que, em 2010, o crescimento no trimestre final do ano foi de 11,86% contra 8,77% no trimestre anterior; e, em 2011, 0,21% contra 7,84%.

Em 2010, os quatro produtos que mais influenciaram a taxa de 21,24% foram: resíduos da extração de soja, sucos concentrados de laranja, açúcar cristal e carnes de bovinos frescas ou refrigeradas. Estes produtos responderam por 10,09 p.p. da variação anual do setor. Já em 2011, os produtos em destaque foram: sucos concentrados de laranja, resíduos da extração de soja, carnes de bovinos frescas ou refrigeradas e café torrado e moído, que responderam por 1,11 p.p. da taxa de 3,16%. Apesar da coincidência de três produtos, vale notar que, em 2010, todas as principais influências foram positivas, enquanto que, em 2011, a dos resíduos da extração de soja foi negativa.

Os dados do IPP ratificam o cenário internacional, qual seja: em 2011, os preços dos alimentos continuaram subindo, porém em níveis mais discretos do que os observados em 2010.

Em 2011, os preços do setor têxtil aumentaram, em média, 1,31% contra 19,81% em 2010, ano cujos quatro trimestres tiveram altas de preços, sendo que a partir do segundo houve movimento de aceleração, fechando o quarto trimestre com 8,48%. O primeiro trimestre de 2011 ainda apresentou componente de alta (9,57%); porém, nos três trimestres seguintes, foram registradas quedas que explicam a pequena variação no acumulado de 12 meses.

Em 2010, os quatro produtos que mais influenciaram a taxa de 19,81% foram: tecidos de algodão tintos ou estampados, exceto combinados; tecidos de algodão tintos, estampados, inclusive combinados; fios de algodão singelos; e fios de algodão retorcidos. Estes produtos responderam por 15,67 p.p. da variação anual do setor e todos tiveram influência positiva. Já em 2011, os produtos são: fios de algodão singelos; tecidos de algodão tintos ou estampados, excetos combinados; tecido não-tecido ou falsos tecidos; e roupas de banho com tecidos de algodão, integradas à tecelagem, que responderam por 1,41 p.p. da taxa de 1,31%, sendo que fios de algodão singelos teve influência negativa enquanto que os outros três tiveram influência positiva.

No comportamento desse setor, deve ser levada em conta a trajetória de preços do algodão entre 2010 e 2011. De meados de julho de 2010 até março de 2011, o preço da arroba do algodão em pluma disparou no mercado interno, tendo mais que duplicado entre maio de 2010 e março de 2011. Este comportamento foi fortemente influenciado pelo mercado internacional, onde foi alcançada a maior marca dos últimos 140 anos. Depois, começou a descida, com fortes quedas em maio e julho, reforçadas pelo início da colheita da safra a partir de junho. No final do ano de 2011 o preço da arroba chegou ao patamar do inicio do ano de 2010. Desta forma foi reduzida, a partir da segunda metade de 2011, a pressão sobre os preços dos produtos têxteis.

Em 2011, os preços de calçados e produtos de couro aumentaram, em média, 17,92% contra 3,61% em 2010. O único trimestre em que a atividade teve variação negativa foi o terceiro trimestre de 2010, ao passo que no mesmo período em 2011 a atividade teve a maior variação observada desde o início da série (7,95% em 2011 contra -1,52% em 2010). Já no quarto trimestre, a variação de 2011 foi de 2,80% em 2011 contra 2,27% em 2010.

Em 2010, os quatro produtos que mais influenciaram a taxa de 3,61% foram: couros e peles de bovinos curtidos ao cromo ou secos;tênis de materiais têxtil ou sintético, montado; calçados de material sintético feminino - exceto tênis ou para uso profissional; e couros e peles de bovinos e eqüídeos apergaminhados ou preparados após curtimento ou secagem. Esses produtos responderam por 4,03 p.p. da variação anual do setor. Já em 2011, os produtos foram: couros e peles de bovinos curtidos ao cromo ou secos; calçados de couro femininos, exceto tênis; couros e peles de bovinos e eqüídeos apergaminhados ou preparados após curtimento ou secagem; e calçados de material sintético feminino - exceto tênis ou para uso profissional, que responderam por 17,42 p.p. da taxa de 17,92%. Apesar da coincidência de três produtos, vale notar que em 2011 todas as principais influências foram positivas, enquanto que em 2010 foram negativas aquelas devidas aos tênis de materiais têxtil ou sintético, montado; e calçados de material sintético feminino - exceto tênis ou para uso profissional.

O setor de refino de petróleo e produtos do álcool fechou o ano de 2011 com variação de 4,71%, valor similar ao apresentado em 2010 (4,97%). Três dos quatro principais produtos se repetiram como destaques em 2010 e 2011: naftas, querosenes de aviação eálcool etílico (anidro ou hidratado). Em 2010, óleo diesel e outros óleos combustíveis foi destaque, enquanto óleos lubrificantes básicoso foi em 2011. Os quatro produtos em destaque em 2011 representavam em dezembro de 2011 ponderação de 84,66%.

Enquanto, em 2010, os preços iniciaram o ano com variações da ordem de 0,5%, acelerando no segundo trimestre para 1,72%, desacelerando no terceiro e fechando o quarto com a maior variação daquele ano, em 2011, enquanto o primeiro trimestre registrou aceleração de 3,61%, o se

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