Publicado: Domingo, 27 de março de 2011
In nós
Eu sei que quando você ouve a nossa música, você ainda se lembra de nós.
E das risadas envoltas em abraços e bastidores da nossa rotina.
E das tardes de besteiras jogadas ao vento e filosofias baratas, vendidas a preço de esfiha.
Porque eu sei que quando você passa por aquele portão, você ainda se lembra de nós.
E das noites inteiras, as músicas altas, os medos em sombras, a sincronia e o turbilhão de ideias, que afloravam na intensidade da corrente elétrica, trazendo o arrepio com o menor contato corporal.
Porque eu sei que quando você vê as nossas fotos, você sente saudades de nós.
E das viagens de verão, das estrelas, dos enigmas impossíveis e jogos intermináveis.
E das roupas pretas que pareciam ser a única coisa dentro do armário.
Porque eu sei que quando você olha pra nós, você ainda tenta entender o que aconteceu com toda aquela explosão hormonal.
E com todos os bilhetes, cartas e fugas, combos, paixões, beijos, rolos ou quase isso.
E toda aquela necessidade de estar junto. Sábado sim, outro também.
Eu sei.
Eu sei que quando você pensa em nós, você sabe que ainda está tudo aí.
As sombras, o portão, as esfihas, as risadas, as viagens.
Então por que o receio do toque? Por que o medo do escuro e o medo de olhar pra trás?
Não é necessário olhar pra trás. É necessário olhar pra si.
Pra nós.
Estou aí.
Estamos, todos, e isso nunca vai mudar.
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- domitila gonzalez
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