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Publicado: Sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Homem de fé

Nos idos de 1950, quando o nível do catolicismo no Brasil era sensivelmente elevado, em conversações sobre religiosidade, ouviam-se com frequência expressões como pessoa de comunhão freqüente ou diária, homem de fé, etc., significando isso, na época, destaque e valorização social.

Nos tempos atuais, com o declínio da religião católica (muitos adeptos aderindo a outros segmentos) e o crescente permissivismo dos costumes essas expressões sofreram sensível alteração semântica. Comunhão freqüente ou diária deixou de ter aquele significado elitista ou minoritário, pois passou a estar ao alcance de todos que participam da celebração eucarística ou missa.

Explicando melhor: com novas orientações facilitando ou ampliando o acesso à mesa eucarística, inclusive formalismos tradicionais deixando de ser cobrados, como confissão auricular frequente, jejum por diversas horas, o aumento do número de comunhões foi extraordinário. Com tal incremento, pensávamos que o advento da perfeição social ou, ao menos, a simples melhora ocorreria em breve, com naturalidade e facilidades.

Ledo engano! Refletindo, chegamos à conclusão que, embora as exigências anteriores para participação do banquete sagrado, não tenham sido revogadas, mas apenas preteridas (possivelmente em caráter experimental) são as que melhor, data vênia, se coadunam com o sacramento da eucaristia, inclusive fazem parte do ortodoxo ensino catequético católico.

Mas, o importante mesmo é a fé. É acreditar totalmente na Revelação que há cerca de 2000 anos foi proclamada, consolidada com a implantação do Cristianismo que atravessando séculos atinge o seu terceiro milênio em todo o mundo! Se não houvesse a dispersão e a dissociação promovidas pelos adeptos e amantes da iniqüidade seguramente em todo universo, floresceria a paz e a harmonia, logicamente apoiadas no conforto material, integrantes do primordial axioma evangélico “vida em abundância”.

As transformações decorrentes da modernidade e que afetam e talvez modifiquem hábitos e tradições religiosas, como se delineou acima, ainda deverão sofrer adequações e polimentos de maneira que a esperança é de que correções manterão a Igreja de Cristo em seu verdadeiro caminho, continuando a nos outorgar as benesses sacramentais das quais é a única dispenseira.

A fé precisa permanecer firme e ser constantemente vivificada para não perecermos. É conveniente lembrar sempre, entre outras passagens, daquela em que Cristo interpelando Pedro sobre a convicção pessoal, este respondeu: com quem iremos se só Tu tens palavras de vida eterna!

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