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Publicado: Quarta-feira, 14 de março de 2018

Hawking e seu erro sobre Deus

Crédito: Internet Hawking e seu erro sobre Deus
Dr. Hawking caiu na pegadinha do cientificismo, praga da Ciência de seu tempo.

Faleceu Stephen Hawking, considerado um dos maiores gênios científicos da contemporaneidade. Não é necessário descer em minúcias sobre sua biografia. Além de gênio ele foi um verdadeiro milagre. A superação dos seus problemas de saúde e todo o seu trabalho acadêmico certamente permanecerão como boas referências para qualquer ser humano. Se todos concordam com a genialidade do Dr. Hawking, poucos se dão conta de um certo nível de prepotência em seu pensamento a respeito de Deus.

Produto de sua geração, uma de suas falhas foi cair no cientificismo, ou seja, a postura dos que simplesmente preferem negar a hipótese da existência de Deus ou da necessidade da participação divina em tudo o que se refere aos seres humanos e ao Universo em geral.

Os cientistas modernos são os primeiros a esquecer as definições do que é uma “teoria” e do que é a “verdade”. Teorias são suposições, hipóteses ainda não comprovadas. Teorias não são a verdade. A verdade não deixa dúvidas, é provada, é certa e irrefutável. As teorias ainda não o são e por isso é que se corre atrás de prová-las ao longo da história. A “teoria” do Big Bang, da Relatividade ou da Evolução, não são “a verdade” completamente comprovadas pela Ciência. São apenas as hipóteses mais prováveis, por enquanto.

Numa breve pesquisa podemos resumir as declarações públicas do Dr. Hawking sobre o Criador:

“Não sou religioso no sentido normal. Acredito que o Universo é governado pelas leis da Ciência. As leis podem ter sido decretadas por Deus, mas Deus não intervém para quebrar as leis. Deus pode existir, mas a ciência pode explicar o Universo sem a necessidade de um Criador. O paraíso é um conto de fadas para pessoas com medo do escuro. Deus não tem mais lugar nas teorias sobre a criação do Universo, por causa de uma série de avanços no campo da Física. O que eu fiz foi demonstrar que é possível determinar, pelas leis da Ciência, o modo como o Universo começou. Nesse caso, não é necessário apelar a Deus para explicar como começou o Universo. Se isto não prova que Deus não existe, pelo menos prova que Deus não é necessário para nada. Há uma diferença fundamental entre a Religião, que se baseia na autoridade, e a Ciência, que se baseia na observação e na razão. A Ciência vai ganhar porque ela funciona. Tanto quanto o Universo teve um princípio, nós poderíamos supor que tenha um Criador. No entanto, se nós descobrirmos uma teoria completa, então nós conheceríamos a mente de Deus”.

Não existe gênio completo. Podemos ser ótimos em algumas coisas e péssimos em outras. No que se refere a Deus, o Dr. Hawking foi um gnóstico de primeira categoria e nisso cometeu erros crassos que poderiam muito bem ser amenizados caso se dedicasse um pouquinho à Filosofia e à Teologia. Mas essa não era a praia dele, embora tenha sido membro convidado da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano por certo tempo.

Dr. Hawking ignorou completamente o necessário equilíbrio entre Ciência e Religião, entre a Fé e a Razão, tão magnificamente pregada por São João Paulo II no documento “Fides et Ratio”. Não se trata de quem vai ganhar, Ciência ou Religião. Este embate é infrutífero. Fé e Razão são as asas de um mesmo avião. A verdadeira religião não se baseia na autoridade per si, mas também na observação e na razão até onde ambas alcançam.

Ao terminar sua missão neste planeta, o Dr. Hawking enfim foi liberto das amarras que a realidade corporal lhe impunha. Seu espírito agora está livre para conhecer tudo sobre o Universo que tanto amou e estudou. E também conhecerá Deus não apenas em “teoria”, mas de verdade. Garanto que ficará muito surpreso. Ou não? Só Deus sabe...

Amém.

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