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Publicado: Segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Geração X - Outra Época e um Grande Legado

Crédito: http://blogparasabermais.blogspot.com.br Geração X - Outra Época e um Grande Legado
Gerações são produto da tecnologia e/ou vice-versa?

Na última semana iniciamos nossa série sobre as gerações falando um pouco acerca da mais recente geração a tomar conta do mercado de trabalho: a geração Y. Hoje eu gostaria de dedicar esse artigo para falar da geração imediatamente anterior (geração X) escrevendo sobre o seu perfil e toda a ligação dela com época que a produziu, bem como sobre a sua importância e o seu legado para que a geração Y pudesse ser o que ela é e promete ser para a nossa sociedade!

Eu já mencionei no artigo passado que não há muito consenso entre os limitadores temporais de cada geração, porém, seguindo o que foi escrito no artigo passado, vamos assumir que a geração X compreende os nascidos entre 1965 e 1980. Os X podem ser irmãos ou até pais dos Y e o contexto histórico no qual viveram foi fundamental para produzir uma geração que valoriza o trabalho, a ascensão profissional, a independência e a autoconfiança. É incrível observar como eles contribuíram muito para “preparar o terreno”, criando um cenário propício para que os Y entrassem em cena dentro de uma já estabelecida extraordinária realidade e pudessem literalmente iniciar um processo de mudança no Brasil e no mundo que jamais foi visto anteriormente! O próprio título da obra recentemente lançada Código Y – Decifrando a geração que está mudando o país, de Marcos Calliari e Alfredo Motta, valida isso.

Os X são do tempo da meritocracia como fator determinante para cargos de gerência, são extrovertidos, competitivos, muito direcionados para o mercado de trabalho e para o resultado financeiro. A criatividade, as artes, a leitura, a escrita e a música não foram grandes marcas dessa geração, ao contrário dos seus pais e avós que tinham uma orientação para movimentos artísticos, culturais e científicos. Segundo o livro Código Y supracitado,tudo isso está sendo retomado de forma muito intensa pelos Y e estamos vivendo um período renascentista no mundo como jamais vimos antes!

Outros bons norteadores para os X são: individualismo, concorrência, status, diplomas e jornadas intensas de trabalho para desfrutar dos resultados logo em seguida! Eles nasceram e viveram em período de Guerra Fria, da aceleração da expansão tecnológica, do surgimento da AIDS, de movimentos estudantis fortes, de grupos que manifestavam seu descontentamento (“hippies”, por exemplo) e começaram a quebrar paradigmas dos “baby-boomers” como a de que status só pode vir acompanhado de experiência e a segurança e o conservadorismo são essenciais. Os X são mais apáticos com relação à política (ao contrário da geração anterior), começaram a tomar gosto pela informalidade e buscam certo equilíbrio profissional e pessoal à medida que querem usufruir de suas conquistas com algum imediatismo, gostam da tecnologia e convivem bem com ela e contribuíram com a maior invenção do nosso tempo, que é a internet!

Nossos colegas da geração X foram e são fundamentais! A coexistência deles com os “baby-boomers” em décadas passadas foi fator preponderante para que tenhamos um mundo em que os ípsilon possam colocar em vigor os sonhos e planos engavetados, mal sucedidos e não executados das gerações passadas. Todo o acesso ao conhecimento e nosso momento econômico, político e demográfico (especialmente no Brasil) criaram um momento histórico único. São milhares de ípsilon com todo o seu potencial e perfil incríveis entrando no mercado de trabalho dentro desse cenário descrito graças aos esforços e ao legado dos nossos irmãos mais velhos, pais e avós!

Concluindo este artigo, uma pesquisa da Cia de Talentos indicou um dado interessante: 29% dos jovens esperam que seu gestor seja um profissional em que as pessoas se espelhem. Desse dado podemos extrair uma reflexão interessante para as coexistentes gerações: jovens Y esperam líderes modelo ligados a expertise e talento, logo o reconhecimento e subordinação aos X, que ainda estão em cargos hierárquicos superiores, virão quando eles gerarem verdadeira inspiração em seus liderados! Obediência e respeito à hierarquia não mais virão simplesmente pelo próprio cargo. Para motivar, conquistar e influenciar, é preciso inspirar!

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