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Publicado: Sexta-feira, 18 de maio de 2007

Família é Família

Tenho um neto francês. Infelizmente seus pais já estão separados. Quando veio passar suas férias no Brasil (fim e começo de ano), disse-lhe que não seria muito interessante, pois seus laços de amizades seriam poucos. Respondeu-me prontamente: família é família, o que entendi muito bem.
 
A família do pai dele, pais, irmãos, primos, todos continuavam unidos, não existindo separações para macular o ambiente. Separações ensejando um segundo casamento (evidentemente apenas no civil) constituem verdadeira praga ou chaga (podem ser as duas ao mesmo tempo), como salientou há pouco o Romano Pontífice, porque banalizam a união sexual do homem e da mulher, rotulada hipocritamente como amor.
 
Notei, na pouca convivência dessas férias, como seria possível viver entre os pais separados, pois os filhos, via de regra, apenas “fingem” concordarem e querer bem os novos parceiros na frente dos pais. No fundo, no fundo, detestam os respectivos “padrastos” e “madrastas”, porque os seus pais não se encontram mortos, mas vivos.
 
A família se encontra, pois, destroçada e com o passar do tempo, até a classe mais pobre aderindo as separações (pois querem imitar as classes superiores, estimuladas pela mídia corrosiva) a bagunça e anarquia será total, ninguém sabendo mais quem é o pai, quantos são os irmãos (se são bilaterais, unilaterais etc.,etc.).
 
A essa altura as estatísticas serão superabundantes, com o máximo de detalhes e os diversos grupos sociais continuarão, política e diplomaticamente com acusações mútuas de faltas de tato, irresponsabilidades para contornar o caos e assim por diante
 
Só se encontrarão tranqüilos, nessa época, os verdadeiros cristãos que, naturalmente, receberão graças especiais para suportar o desalento do erro e do pecado, distinguindo com sabedoria as estratégias para superar o maligno. Como se constata, o mundo se encontra alienado, anestesiado pelo pecado contumaz e sedutor. Os incautos, só vivendo à cata do prazer, olvidaram-se das razões do existir. No absoluto amplexo materialista partem à procura dos prazeres acenados pelo consumismo exagerado, cada vez com mais intensidade.
 
Não sabemos, portanto, qual o futuro que nos aguarda. Os mais idosos se encontram surpresos e sentem a falta de energia necessária para qualquer embate. Os mais novos, desfibrados, senão pela fartura dos prazeres da carne, ao menos pela exaustiva procura dos mesmos.
 
Concluímos com o questionamento da Professora Maria Cristina de S. Campos de Campinas (Correio Popular de 7/4/07) sobre a nociva programação da mídia eletrônica: “quando vamos todos, como povo, nos rebelar contra o lixo, a vulgaridade, a baixaria e a imoralidade? Não está sendo suficiente todo o sofrimento que estamos vivendo? Precisamos ainda ser tolerantes com a corrupção dos nossos filhos e com o descaso com que está sendo destruído o futuro deles?”.
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