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Publicado: Sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Falar inglês é fundamental

Parece mentira. Em plena era de globalização da economia mundial, o que exige dos países não só integração, mas também fácil comunicação entre profissionais que querem alavancar bons negócios, não mais que 2% da população brasileira fala inglês. Esse número torna-se particularmente vergonhoso se comparado à proficiência do mesmo idioma no México (4,6%), Rússia (4,9%), Índia (26,8%), e União Europeia (41%, excluídos os países onde o inglês é a língua pátria), segundo a Eurobarometer.

Estes dados dão uma clara dimensão do desafio que setores associados ao turismo, como hotelaria, restaurantes, transportes, entre tantos outros, deverão enfrentar para se preparar bem para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Brasil.

Seja por esta forte razão, ou pela crescente demanda do mercado de trabalho por pessoas que dominem uma segunda língua, o fato é que a consultoria Hoper Educação estima que 3,4 milhões de brasileiros estão neste momento estudando idiomas em centenas de cursos, sendo o inglês o principal deles, com isto movimentando R$ 4,9 bilhões por ano.

Das 60 redes de ensino que operam no País, e que em geral funcionam pelo sistema de franquias, destaca-se o grupo Multi, fundado em 1987, que não só lidera no Brasil como mundialmente o ensino de idiomas por meio das marcas Wizard, Skill, Alps, Quatrum e Yázigi.

Lincoln Martins, o seu jovem dinâmico CEO, em absoluta harmonia com o irmão gêmeo Charles, comanda com entusiasmo uma operação gigantesca que inclui cursos de informática e profissionalizantes, envolvendo 3,5 mil escolas e 45 mil empregos no Brasil, Estados Unidos, Ásia, África, Europa e América Latina.

Ele comenta que diferentemente de outros países, os idiomas sempre receberam pouca atenção no ensino fundamental e médio brasileiro. "Atualmente, há consciência de que ser bilíngue é fundamental para o sucesso", diz Lincoln.

Neste contexto, mesmo que tanto o espanhol, o francês e até mesmo o mandarim, este em função do crescimento econômico da China, recebam crescente atenção, o inglês é ainda a língua universal de negócios.

Foi-se o tempo em que as pessoas aprendiam um idioma apenas por razões culturais ou para facilitar a comunicação em viagens de lazer. "Acreditamos que aqueles que estudam por necessidade profissional representam 95% dos alunos da Multi", afirma Lincoln.

Será que em tempos de internet, por conta da falta de tempo e do tráfego caótico das cidades, faz sentido manter a tradicional estrutura da aula presencial, com sala, professor e aluno? Embora considere a presença do professor fundamental para o processo de ensino, Lincoln vê no e-learning uma oportunidade de oferecer flexibilidade para o aluno a custos acessíveis. Mas tem dúvidas sobre o resultado do aprendizado por este processo. No entanto, não descarta mudar de posição diante de novas evidências positivas.

"Ainda não oferecemos e-learning, mas acompanhamos de perto a evolução desta modalidade", diz ele. Em vez de considerar a imensa carência de conhecimento de um segundo idioma dos brasileiros um problema, ele vê nisto uma enorme oportunidade. Otimista, Lincoln fala com a certeza de quem está no lugar certo, na hora certa, e tem o produto certo para ofertar.

*Este texto foi publicado também na coluna Viagens de Negócio, de Fábio Steinberg, no dia 03 de novembro, no Diário do Comércio de São Paulo.  

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