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Publicado: Terça-feira, 28 de julho de 2009

Exercitando nosso lado criativo

Desenhar é um processo interessante e tão interligado ao processo de ver que é muito difícil separar os dois.
 
A habilidade de desenhar depende muito da habilidade de ver e esta maneira de ver pode enriquecer muito a vida de uma pessoa.
 
Por que somente algumas pessoas parecem ter sido contempladas com a capacidade de desenhar? Os artistas parecem, muitas vezes, dotados de um talento raro. Muitos dizem ser “dom concedido por Deus”.
 
Dou o exemplo do ato de desenhar aqui, pois tivemos nossas primeiras experiências mesmo antes de saber escrever. Para muitas pessoas o processo de desenhar parece um mistério e algo além da compreensão humana.
 
Se perguntarmos a um desenhista como ele faz para desenhar um objeto ou pessoa de modo que pareça real, possivelmente ele responderá: “Não sei, eu simplesmente olho e vou compondo as formas à medida que trabalho”.
 
Esta resposta parece sincera e lógica, mas não explica o processo e continuamos com a sensação que saber desenhar é uma mágica.
Isso, muitas vezes faz com que as pessoas se sintam desencorajadas de aprender a desenhar.
 
Encontro muitas pessoas que me dizem que não querem fazer um curso de desenho ou cerâmica pelo fato de não saberem desenhar ou não terem a menor habilidade para trabalhar com argila. Isso é como decidir por não fazer um curso de inglês pelo fato de não falar inglês, ou que não devem fazer um curso de informática por não saberem lidar com o computador.
 
A capacidade de desenhar é algo que pode ser aprendido por qualquer pessoa normal dotada de visão e coordenação manual mediana como, por exemplo, abrir um pacote ou dar um nó no sapato.
 
Ao contrário do que muitos pensam, desenhar não requer fundamentalmente habilidade manual.
 
A respeito do ato de olhar não podemos falar o mesmo: aprender a desenhar é algo maior do que aprender o ato em si é necessário aprender a ver.
 
Você deve estar se perguntando agora: “Como faço para aprender a desenhar?”
Que tal começar a utilizar mais o lado direito de seu cérebro?
 
Nosso cérebro é composto de dois hemisférios e, ao receber uma informação, cada um de seus lados, direito e esquerdo, processa os dados de uma maneira diferente: o hemisfério esquerdo analisa, calcula, planeja, verbaliza e faz observações objetivas baseadas na lógica. Já o hemisfério direito cria, imagina, visualiza e utiliza-se da intuição e subjetividade.
 
Na cultura ocidental existe uma tendência a premiar as habilidades do hemisfério esquerdo desperdiçando um grande potencial do lado direito, principalmente no caso das crianças, que quase não recebem treinamento em algumas escolas. O correto seria construir um sistema educacional capaz de educar o cérebro todo. Certamente teríamos mais homens e mulheres criativos, característica tão fundamental hoje em todos os setores.
 
Você pode começar a estimular estas importantes qualidades do seu lado direito do cérebro, não só pelo ato de desenhar, mas também praticando tarefas simples e corriqueiras como:
O que se faz habitualmente com a mão direita, procurar fazer com a mão esquerda como se alimentar, utilizar as teclas do terminal do caixa eletrônico ou segurar um objeto por exemplo:
 
Assistir TV, por uns instantes, somente com o olho esquerdo,
Jogar bola na parede alternando mão direita e esquerda, depois apenas com esquerda;
 
Ao andar na rua sempre adiantar o pé esquerdo à frente,
Escrever textos com a mão esquerda;
 
Dedicar-se a alguma atividade criativa como: pintura, modelagem, escultura, música, dança ou trabalhos manuais como marcenaria, por exemplo.
Reconhecer os diferentes sons dos instrumentos de uma melodia, ou experimentar associar a textura de uma fruta com seu aroma e gosto, estimulando assim seus sentidos.
 
A idéia de desenhar é apenas um convite para estimular nosso lado sensível e criativo que muito nos ajuda.
 
Habilitar mais o lado direito do cérebro muitas vezes é a chave para abrir portas para outros objetivos. Auxilia na expansão nossa capacidade de tomar decisões e resolver problemas. É não somente “olhar” para as coisas e sim “ver” com profundidade cada vez maior.
 
O lado criativo de nosso cérebro, quando bem estimulado, é ilimitado.
 
Experimente! 

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