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Publicado: Quinta-feira, 24 de março de 2011

Exercícios físicos e espirituais

Hoje predominam os exercícios físicos por “carradas” de razões. A principal, segundo as genéricas informações para a vida saudável, é que o corpo não tenha vida sedentária, mas de permanente e adequada movimentação.

Como as estatísticas sobre a longevidade atestam números cada vez maiores, chegou-se à conclusão científica que os exercícios físicos são preponderantes para a saúde física e mental. Indaga-se: e exercícios espirituais não fortalecem a alma, enobrecendo-a e valorizando-a tornando o ser humano –dual pela sua constituição- mais digno e admirável?

Cresce o número das academias de cultura física, vêem-se caminhantes por todos os cantos e nas capitais e cidades interioranas locais apropriados são destinados à pratica desportiva. E exercícios espirituais porque não se praticam com semelhante intensidade, freqüência e não são estimulados?Aí o ponto nevrálgico.

A tendência que predomina no ser humano para o domínio, ou ao menos para a posse dos bens materiais, faz com que os valores espirituais, por impalpáveis, sejam simples e geralmente postergados. Para melhor desenvolvimento e compreensão retrocedamos no tempo.

Nas décadas de quarenta e cinqüenta, épocas em que a moralidade social apresentava nítidos traços cristãos, núcleos de acentuados exercícios espirituais eram encontrados nas Congregações Marianas, Pias Uniões das Filhas de Maria, Irmandades do Santíssimo, Jec (juventude estudantil católica), Joc (juventude operária católica), Juc (juventude universitária católica) etc., sendo que por ocasião da festa da Ressurreição de Cristo, não faltavam os movimentos da Páscoa dos comerciários, bancários, universitários, professores, família forense etc.

Na vida religiosa diária, também, além das rezas vespertinas, a comunhão eucarística era accessível fora das celebrações específicas e o sacramento da confissão nitidamente disponível.

Retornando aos dias atuais verificamos com tristeza que os antigos exercícios espirituais, considerados anacrônicos pelas gerações modernas, não foram substituídos adequadamente e com isso, descambando também a educação (que justamente consiste no cultivo e vivência dos dotes espirituais), a sociedade vai mergulhando em angustiantes e insolúveis problemas como o da violência.

Merece se ressaltar o clamor de cidadão assaltado (C. Popular de 18/2/11) na coluna dos leitores: “Hoje, no auge dos meus 45 anos, experimentei o dissabor de haver sido vítima de um assalto e de estar sob a mira fria de um revólver. Meus algozes não quiseram saber o quanto trabalhei duro para ganhar o dinheiro que eles covardemente me roubaram. Muito menos quiseram saber dos dissabores,... e das despesas que terei para fazer a segunda via dos meus documentos. Não se importaram também em levar meu carro que a duras penas e com sacrifício pessoal venho pagando mês a mês. É por essa e outras razões que devemos deixar de ser hipócritas e aprovar de uma vez a pena de morte neste País.”

A pena de morte sugerida por esse cidadão agressivamente roubado precisa com urgência ser aplicada transmudando-a em exercícios espirituais (educativos e religiosos) a começar aos sete anos de idade como nos velhos tempos e finalizando ao ser atingida a maioridade ou o curso superior. Somente assim a sociedade poderá vir a alcançar a segurança e paz existente nos sonhos e aspirações.

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