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Publicado: Quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Exaltação à Humildade (Não Somos Nada)

Excelente tema para meditação quando nos encontrarmos deprimidos, desencorajados, achando tudo ruim ao nosso redor. Se não somos nada, para que nos aborrecer com o desenvolvimento das decepções, frustrações e desencantos da vida? Precisamos aprofundar a afirmativa – não somos nada -, afim de que ao final, nos sintamos consolados com aquilo que somos.
 
Notem os leitores que o sol, a lua, toda a natureza que nos cerca e envolve, absolutamente dependem de nós para a própria existência. Se não existíssemos, não faríamos nenhuma falta nesse concerto harmonioso. Tanto isso é verdadeiro que a nossa própria morte, quando ocorrer, não afetará em nada a dinâmica do mundo, como não afetaram a de todos que já faleceram.
 
Isto posto, só nos resta considerar que fomos criados por um SER SUPERIOR, que não nos deve qualquer explicação porque é dono absoluto de tudo. Assim sendo, aquilo que nos resta compreender é que devemos ser bem humildes, porque não temos poder algum e que devemos seguir o roteiro que nos foi recomendado, capaz de trazer-nos a felicidade, que se encontra ínsita em nosso ser.
 
O caminho que nos foi indicado se encontra traçado em informações escritas ou orais que devem ser seguidas rigorosamente. Todo o desvio ou desobediência é punido com o amargor da sanção. Se nos encontramos momentaneamente deprimidos, pode estar seguro que alguma regra não foi observada como devia ser.
 
Orgulho e vaidade são desvios comuns. Preguiça, impaciência, maledicência, nem se fala. E onde colocar o beneplácito com a sensualidade, erotizada constantemente pelos meios de comunicação que insinuam ao extremo o prazer carnal? Não podemos reclamar de frustrações, decepções, desencorajamentos. Não batalhamos diuturnamente para nos elevarmos, seguindo aquele roteiro que nos conduz às cumieiras do Ararat, a Sion e a todos os lugares sagrados do universo.
 
Se nada somos, podemos nos reabilitar para tentar ser alguma coisa. E isso é plenamente possível, porque em nossa humildade deparamos com algo estranho, aquela centelha divina que marca a nossa procedência e que usada com sabedoria, constitui a varinha mágica que transforma todas as coisas más em boas. Como não somos nada, conseguindo fazer alguma coisa de bom, devemo-nos nos encher de alegria com a realização que acabamos de concretizar, pois nos entusiasmará a prosseguir nesse desiderato vitorioso.
 
A vida realmente é uma batalha. Poetava Gonçalves Dias: viver é lutar; a vida é combate que aos fracos abate e aos bravos e aos fortes só pode exaltar. E nos Santos Evangelhos, numa tradução antiga, bem elucidativa, consta: o Reino dos céus padece violência e só os violentos o arrebatarão. E não podemos nos esquecer daqueles dois outros ensinamentos evangélicos: tome sua cruz e siga-me; se alguém põe a mão no arado e olha par trás, não é digno do Reino dos Céus.
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