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Publicado: Terça-feira, 21 de junho de 2011

Evite confrontos

Já vi muita gente declarando: “Fulano não serve para ser meu amigo. Vou lhe dizer umas poucas e boas”.

A sabedoria popular diz que mexer no que não cheira bem só faz piorar o odor. Se o Fulano em questão realmente não serve como amigo, o melhor é tomar uma medida amenizadora do mal-estar ou do mal-entendido surgido e depois promover um afastamento cordial.

A vida me ensinou que uma pessoa que não sirva para se conviver, alguém em que não se possa confiar, é também uma pessoa com quem devemos evitar confusão por é doente (neurótica) ou de baixo nível.

O que é que você ganha discutindo com alguém? Algumas pessoas fazem isso porque andaram assistindo novelas e aprenderam a “não levar desaforo para casa”.  Algumas dessas pessoas nem mesmo sabem conduzir um relacionamento de amizade ou conjugal sem estar todo o tempo a contender, como se a existência devesse consistir em um incessante defender-se dos outros e proteger seu território. Isso caracteriza um extrato cultural muito baixo. Pessoas educadas e elegantes não utilizam esse paradigma.

Quem se melindra e briga por tudo e por nada é portador de complexo de inferioridade. Se você não é complexado, não precisa responder uma agressão com outra agressão.

Agora considere: Quem parte para o bate boca não pode ser uma pessoa fina. Geralmente tem pouco a perder. Não é o seu caso. Tornar-se inimigo de uma pessoa ralé pode lhe custar dissabores futuros, ao longo de toda a sua vida. O que fazer então? Deixar o inconveniente azucrinar a sua existência? Jamais! Quem não serve para ser seu amigo deve ser afastado com arte. Dependendo do tipo de relacionamento que vocês mantiverem, promova um distanciamento progressivo e, volta e meia, tempere com uma cortesia. Por outro lado, recuse gentilmente os convites para o estreitamento da convivência, mediante justificativas aceitáveis.

O que você não deve fazer é partir para a briga, ou insultar, ou prejudicar a quem quer que seja. A maior parte das pessoas que trabalham comigo e que eu precisei exonerar, continuam minhas amigas. A maior parte de minhas ex-esposas continua mantendo boas relações comigo. As pessoas com quem não consegui preservar o distanciamento cordial e que hoje não gostam de mim, considero que, com essas, fracassei. Felizmente, foram poucas.

Isso de “ter que conversar” só funciona quando as pessoas são de fato amigas ou muito inteligentes, o que não constitui a média da humanidade! Nem com marido e mulher essa coisa de sentar para conversar funciona muito bem. Cada qual fica na defensiva e sai briga. Isso só funciona para os terapeutas, que faturam com o diálogo. É muito melhor adotar a tática da gentileza e do carinho quando não for o caso da necessidade de afastamento. E, quando for o caso, utilize a tática da cordialidade distante. Evite a convivência, evite discutir, mas preserve o bom relacionamento, fale bem da pessoa em questão, interrompa o fluxo de alguma fofoca que surja, evite cartões de Natal, aniversário, Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia do Professor, indique clientes (se for colega) e cumprimente gentilmente quando se encontrarem. Isso não é hipocrisia! É diplomacia.

Se fizer isso, terei muito orgulho de você e poderei considerá-lo como alguém da nossa família, com quem terei prazer em conviver.

Texto do livro Método de Boas Maneiras (DeRose), que você pode consultar na biblioteca da Unidade Itu do Método DeRose.

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