Colunistas

Publicado: Segunda-feira, 25 de julho de 2016

Eu Não Faço a Menor Ideia do Que Eu Tô Fazendo...

Eu Não Faço a Menor Ideia do Que Eu Tô Fazendo...

Ser Jovem no cinema é sinônimo de virgindade, idiotice, bebedeiras sem fim e tentar transar a qualquer custo. Resumindo um total babaca.

Poucos filmes conseguem dialogar com o publico jovem sem parecer um total retardado como o divertido e inteligente “Superbad”, O sensível filme de John Hughes “O Clube dos Cinco”, O autentico “Os Três” e o de assuntos mais sérios que conta os riscos de ser jovem onde o perigo está batendo na porta de todo mundo independente da classe social, etnia e estudos que é “Kids” de Larry Clark.

O Primeiro filme do Matheus Souza “Apenas o Fim” de 2008 é um exemplo de como vencer diversidades, ele fez o filme com o dinheiro de uma rifa de Uísque e filmou o filme todo na faculdade por que não poderia tirar os equipamentos para fora. Ele conseguiu juntar um bom elenco como Marcelo Adnet, Nathalia Dill, Álamo Facó, Érika Mader e Gregório Duvivier. Sem falar no roteiro e direção que foi muito bem feito e muito bem bolado.

Mas em “Eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida”, Matheus não consegue manter o alto grau de qualidade que seu primeiro filme mostrou. Contando uma história fútil,sem sentindo e até um pouco boçal. Ele retrata a vida de Clara (Clarice Falcão) uma garota que com seus 18 anos de vida não sabe o que fazer da vida em quanto cursa a faculdade de Medicina. E isso a leva a matar aulas e fugir para um boliche perto da sua faculdade. Lá ela conhece Guilherme (Rodrigo Pandolfo) e ele orienta ela a escolher algo para fazer como “você quer ser arquiteta? Constrói uma casa na árvore”, “você quer ser advogada? Mente para seus pais”. E assim ela começa essa aventura onde ela não sabe o que faz, ela começa ajudando os parentes uma família inteira de médicos. Copiando alguns temas e fotografia de filmes independentes americanos o filme se repete e é cansativo, talvez a melhor parte do roteiro seja aonde Clara conversa com o seu avó (Daniel Filho) e ela revela que não é feliz e não sabe bem o que quer da vida, e o avo revela também que ao longo da sua vida só tomou decisões erradas como ser medico,ter família e etc. e clara responde "Nossa vô, o único que fez mais escolhas erradas que você foi o Nicolas Cage".

A questão é que os diálogos são muito bobos e sem sentido, uma trama muito idiota com poucas sacadas legais e termina sem sentido nenhum. A atuação da Clarice Falcão é muito apagada e ela não tem encanto e sem nenhuma expressão que faz o seu personagem estar perdido se ela ta feliz, triste, com medo ou desesperada é a mesma cara para todas. O Elenco de apoio que é formado pela família é a melhor coisa do filme, uma prova de como o Matheus é influente na Globo é como ele conseguiu alguns nomes relevantes para o seu filme como o próprio Daniel Filho,Leandro Hassum e outros.

O Filme começa como termina desnecessário talvez se ela conversasse com os pais, coisa que ela reclama o tempo todo, mas em nenhum momento ela chega fazer isso, ela teria menos indecisões e angustias, ou se ela procurasse um profissional para lhe orientar também poderia ser outra historia. O Matheus é fã de Woody Allen aposto que ele conseguiria encaixar no roteiro alguma cena engraçada de Clara falando com um terapeuta.

Realmente o Matheus Souza não consegue repetir o brilho do seu primeiro filme, talvez escrever do que você sabe, não seja a melhor coisa em todos os momentos. É bom inovar às vezes ou conhecer coisas novas. Fica a dica Matheus.

Comentários