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Publicado: Sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Esperanças de Um Ano Novo

Após as festas natalinas, surge a pergunta: o que será do ano novo de 2009 que estamos apenas começando? O que virá é sempre uma incógnita. O ditado que diz “o futuro pertence a Deus” é uma grande verdade, pois conhecer o futuro é algo impossível aos seres humanos.
 
Podemos, no máximo, imaginá-lo, pois ninguém pode prever, sequer, o minuto seguinte de sua vida. Sem dúvida, é assustador o número de acidentes fatais ocorridos nas estradas do país durante as festas de fim de ano de 2008! É doloroso constatar que nenhuma daquelas pessoas falecidas poderia pensar que não gozaria das férias esperadas, ou que não estaria entre os convivas das “boas festas” para brindar, à champanhe, o novo tempo.
 
Ninguém, quando entrou no Bateau Mouche, há 20 anos, poderia imaginar sequer, que estava embarcando, não para ver o espetáculo dos fogos de artifício do réveillon, mas para o fim de suas vidas. Ressoa a palavra bimilenar de Cristo: Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?”...“Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado.” (Mt.6,27.34)
 
Com estas verdades incontestáveis, ao iniciar um ano, queremos, contudo pensar no que é bom, e esperar pelo melhor. Espera-se paz, felicidades, e saúde. Espera-se tranqüilidade, vida longa, bem estar. Os mais elevados de alma desejam que a miséria no mundo ao menos diminua sensivelmente, se não for possível ainda ter fim; as guerras acabem, as crianças sejam respeitadas no seu direito de viver e de não serem abortadas; que a justiça social se realize, que o meio ambiente seja protegido e tenha fim a corrupção.
 
Se é verdade que o conhecimento e a existência do futuro só dependem de Deus, em existindo, a construção do porvir depende também das pessoas humanas, com as potencialidades que o próprio Deus lhes deu. O que vem depois, logicamente depende do presente, das opções atuais, do direcionamento que se dá à vida agora.
 
Diante do quadro complicado da humanidade nos tempos atuais, onde o secularismo e o materialismo são ameaças ao direito de crer, é necessário que o homem pare e pense. Como estamos construindo o mundo das gerações que virão? Que tipo de vida estamos inventando?
 
É necessário escutar atentamente o que afirmou o Papa Bento XVI, em sua mensagem Urbi et Orbi, no dia santo do Natal: “Onde a dignidade e os direitos da pessoa humana são espezinhados; onde os egoísmos pessoais ou de grupo prevalecem sobre o bem comum; onde se corre o risco de habituar-se ao ódio fratricida a à exploração do homem pelo homem; onde lutas internas dividem grupos e etnias e dilaceram a convivência; onde o terrorismo continua a percutir; onde falta o necessário para sobreviver; onde se olha com apreensão para um futuro que se vai tornando cada vez mais incerto, mesmo nas Nações do bem-estar: lá resplandeça a Luz do Natal e encoraje todos a fazerem a própria parte, com espírito de autêntica solidariedade.Se cada um pensar só nos próprios interesses, o mundo não poderá senão caminhar para a ruína”.
 
Ao iniciarmoso novo ano, certamente nos ajudará o Poema da Paz, de Madre Teresa de Calcutá: “O dia mais belo? Hoje../ A coisa mais fácil? Equivocar-se. / O obstáculo maior? O medo. / O erro maior? Abandonar-se / A raiz de todos os males? O egoísmo. / A distração mais bela? O trabalho. / A pior derrota? O desalento. / Os melhores professores? As crianças. / A primeira necessidade? Comunicar-se. / O que mais faz feliz? Ser útil aos demais. / O mistério maior? A morte. / O pior defeito?O mau humor. / A coisa mais perigosa? A mentira. / O sentimento pior? O rancor. / O presente mais belo? O perdão. / O mais imprescindível? O lar. / A estrada mais rápida? O caminho correto. / A sensação mais grata? A paz interior. / O resguardo mais eficaz? O sorriso. /O melhor remédio? O otimismo. /A maior satisfação? O dever cumprido. / A força mais potente do mundo? A fé. /As pessoas mais necessárias? Os pais. / A coisa mais bela de todas? O amor”.
 
Neste início de ano novo, meu caro leitor, ofereço-te, ab imo corde, a bênção de Aarão: “Deus te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre a ti a sua face e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!” ( Num 6,24-26)      
Feliz Ano Novo!
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