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Publicado: Sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Enterros e cremações

Escrevo hoje sobre o Dia de Finados, tradicional comemoração na data de 2 de novembro. Dia dedicado à lembrança, orações, daqueles que se foram e nos precedendo, se encontram na outra vida- destinada a todos- e que ninguém, ao que consta (salvo exceções), tem interesse em apressar sua ida para lá. Com a morte, para se livrar do corpo inerme e enrijecido, a solução encontrada pelos vivos foi enterrá-los, ainda mais que, pelos ensinamentos bíblicos, o homem que é pó em pó se tornará.

 Há umas duas ou três décadas, porém, vem se popularizando o hábito de se cremar o falecido. Bom ou mau? Interessante ou não? Particularmente não me agrada, após a morte, ser submetido ao tal procedimento crematório, preferindo me tornar pó da maneira mais antiga, tradicional, ou seja, no retorno à terra pelo simples sepultamento.

 Tais reflexões, embora não agradáveis, podem ser oportunas nessa época do ano em que, rememoramos os falecidos, aqueles que mais de perto conviveram conosco ou que, por qualquer motivo ou circunstância exigiram nossas atenções. Acabo de receber e-mail informando que distinto colega, faleceu de enfarte fulminante, em festividade, enquanto dançava com a esposa!

 Li em jornal, outro dia, que o velório de um cidadão falecido seria em tal lugar, sendo que dali, na manhã seguinte, a tantas horas, seria encaminhado paraum dos crematórios em atividade! Portanto, se esses novos e modernos costumes de incineração chegarem a serem implantados, a exceção será não a cremação, mas o sepultamento. 

 Induvidosamente, a cremação de cadáver é procedimento correto segundo princípios higiênicos, mas de outro lado muito chocante na indefectível figura da morte. Com tais considerações, vivos que estamos, damos graças a Deus, pela Sua magnanimidade em nos criar possibilitando a nós outros, não só contemplar, mas usufruir de tudo que se encontra no Universo!

 A morte é a pedra no sapato, o acontecimento que pode fazer virar tudo de ponta cabeça, exigindo, pois, que busquemosrazões para entendê-la e não impeça a aspiração ou a própria vivência de vida feliz. Da perfunctoriedade dos ensinamentos filosóficos e da sutileza da doutrina que nos adveio do Cristianismo, implantado em nosso país desde sua descoberta em 1.500 concluímos que a morte é apenas passagem para outra vida, eterna, plena de felicidade para aqueles que satisfizerem as normas estatutárias exigidas para ingresso no clube celestial.

 Como meditação séria, ainda, é bom considerar que a morte nos leva para outra vida eterna para todos, porém, para ingresso no clube celestial há necessidade do cumprimento das normas estatutárias. As forças ocultas, invejosas que são, fazem de tudo para que “os novatos”, ou melhor, as pessoas que diariamente passam para a outra vida não ingressem naquele clube. Mas, o grande “handicap” de nós outros pecadores é que Deus é infinitamente paciente e misericordioso e com isso esperamos nos salvar.

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