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Publicado: Sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Efeitos colaterais do touch screen, LCD e plasma

Ninguém nega que o touch screen é um simpático e amigável avanço da tecnologia em relação a qualquer botão ou tecla existente em um aparelho. Mas como todas as coisas do mundo, há sempre um lado bom e o outro não tão bom assim. O efeito colateral destes toques das pessoas nos apetrechos – iphones, celulares, câmeras fotográficas, notebooks – é o ganho de gordurinhas digitais indesejáveis nas telas. Falando em claro português, fica tudo meio lambuzado e por vezes com uma camada sebosa na tela. Isto sem falar nas marcas auriculares, se é que podemos chamá-las assim, deixadas nos telefones / telas pelos ouvidos.  O contágio atingiu também as tevês de plasma e LCD – e ninguém deu até hoje uma explicação decente de onde saem tantas impressões digitais sobre as telas. É como se ninguém tivesse mais nada para fazer em casa que tocar as telas indefesas de suas televisões. 

Como a cada ação vem a reação, surgiram duas correntes: a que vê nesta questão um problema, e a que enxerga nesta fraqueza uma oportunidade para novos negócios. Na primeira linha, a problemática, o melhor exemplo vem de pessoas que ressuscitaram a velha ponteira do palm para com  ela gentilmente tocar as delicadas telas de suas câmeras, laptops e celulares. Esta categoria sequer admite emprestar seus gadgets, como se tratasse de algo tão pessoal como uma escova de dente. Mas foi no segundo grupo, o voltado para negócios, que surgiram produtos para limpar e proteger as telas. Como o americano Monster Screen Cleaner, um  misterioso líquido que pela não tão módica quantia de uns 20 dólares é capaz de manter a tela limpa de poeira e gordura. É verdade que vem com uma toalhinha destas que a gente compra por dúzia no camelô. No Brasil, a Sony recomenda o velho Vidrex sem álcool, um nome bem menos pomposo que o congênere americano, mas que promete trazer os mesmos resultados.

Moral da história: mais uma vez a tecnologia prega peças nos humanos. Primeiro veio a invenção. Depois veio a complicação. Depois veio o solucionador de complicação. Mas com certeza o ciclo não se interrompe, e daqui a pouco surgirá um novo fator capaz de movimentar esta máquina de fazer malucos e insatisfeitos. E que apesar de fazer sofrer, ao mesmo tempo nos fascina tanto.    
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