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Publicado: Segunda-feira, 23 de março de 2009

Educação Nacional - Formação de Caráter

Há tempos enviei para esta coluna do nosso tão devotado veículo de informação de temas candentes da formação e cultura itu.com, alguns comentários ao excelente livro do professor Dr. Américo Menezes, sobre o importante tema educacional “Pais permissivos, filhos problema”. A acuidade do tema, quanto aos problemas dantescos que afligem a nossa idolatrada nação, desgraçadamente deseducada nos aspectos fundamentais e, a importância da família na formação do caráter nos primeiros anos, a repercussão obtida, e como contribuição e informação a tantos dos professores e professoras que neste imenso país labutam a diário, tentando consciente e vocacionalmente formar, paralelamente à instrução, o cidadão futuro da nação, levam-me agora a aprofundar os estudos do renomado educador professor, que mereceu já nos tempos de sua juventude acurada e elogiosa apreciação do grande sociólogo e pesquisador Gilberto Freire, ao reconhecer em artigo publicado no Diário de Notícias do Rio de Janeiro, em seus idos tempos, sob a temática de SEMANTICA E CIÊNCIAS SOCIAIS: “Desgraçadamente não tenho sorte com os filólogos e gramáticos brasileiros a não ser um ou outro: João Ribeiro, um ou outro Mário Marroquim, e dentre os mais novos um ou outro Chaves de Melo ou AMÉRICO MENEZES,” ... (que então já despontava promissoramente, no desafiador campo educacional do país). Gilberto Freire.
 
Quero muito a propósito e brevemente tecer algumas considerações sobre um outro livro do brilhante educador Professor Dr. Américo Menezes: “EDUCAÇÃO NACIONAL, FORMAÇÃO DO CARÁTER” - Só cuidamos de instruir, precisamos EDUCAR! – ISBN: 978-85-290-0449-5 Editora Edicon 2008. Este foi o tema de recente ventilação do New York Times em importante artigo: “EDUCAÇÃO VERSUS INSTRUÇÃO. JÁ PENSOU SOBRE ISTO?”... Neste artigo ressaltam-se veementemente os princípios educacionais e citam-se literalmente extensos trechos magistralmente tratados no referido livro do educador brasileiro. Cabe aos educadores, pais e legisladores do nosso amado país, verificar neste artigo e no Livro acima referido, o retrato das malezas, acertos e rumos que a nossa EDUCAÇÃO deve considerar, sob a visão e voz acertada do senador Cristovam Buarque, por exemplo, grande educador e senador de nosso martirizado país, engajado e identificado como poucos no problema da educação, e, sobretudo na EDUCAÇÃO DO CARÁTER, de que tanta carência sofre, a massa imensa dos educandos brasileiros. E, agora o Professor Dr. Américo Menezes com seu oportuno e lúcido livro. Essa é a preocupação desde sempre dos pedagogos e mestres a partir de Rousseau, que sonhava com “o Homem Bom”. Qual é o dever primordial da política? A educação! Qual é o 2º primordial dever da política? A educação! Qual é o 3º dever primordial da política? A educação! Assim já bradava veementemente com lucidez transcendente o Historiador e Professor da Sorbonne em 1798-1894. Também já concluía o grande Teólogo e governador da cidade de Genebra, a quem esta muito deve, lá no século XVI, Calvino: “O homem é corruptível”. Por tudo isso é preciso, é imperioso educá-lo, formá-lo imprescindivelmente para a responsabilidade e consciência do bem comum, tocar-lhe, formar-lhe alma e caráter, simultaneamente ao subministrar-lhe os conhecimentos essenciais instrutivos! ... Pela importância que neste assunto têm os pais na formação do caráter, faz-se então também imperioso educar a família.
 
Diz o articulista do New York Times: Para não tornar este trabalho muito extenso, queiram os interessados buscar artigo assinado por Jorge B.Lopes, traduzido na internet, usando o maravilhoso e prestativo Google.
 
“O diretor do New York Times recebeu certa vez uma carta iniciada assim: “Caro professor, sou um sobrevivente de um campo de concentração. Os meus olhos viram o que jamais olhos humanos deveriam poder ver: câmaras de gás construídas por engenheiros doutorados; adolescentes envenenados por físicos eruditos; crianças assassinadas por enfermeiras diplomadas; mulheres e bebês queimados por bacharéis e licenciados. Por isso desconfio da educação.”
 
O professor Dr. Américo Menezes, teve desde a sua juventude uma particular predileção pelos ensinamentos e conceitos educacionais de João Coménio, que foi inspirador fundamental e leitmotiv da sua própria formação pedagógica, o maior pedagogo seiscentista, que defendeu a ideia de que a escola deveria proporcionar instrução e educação. Por “instrução” Coménio entendia “o conhecimento pleno das coisas, das artes e das línguas”de outra forma “educar” corresponderia à ação de “providenciar para que o espírito dos jovens seja preservado das corruptelas do mundo”
 
De fato, nos dicionários pode ler-se, como significados de “INSTRUÇÃO”, a “educação literária e científica” ou “conhecimentos adquiridos” enquanto “EDUCAÇÃO” é definida como o “processo que visa o desenvolvimento harmonioso do homem nos seus aspectos intelectual, moral e físico e a sua inserção na sociedade”. No entanto, a confusão tem existido na prática. Aqui os dois conceitos mesclaram-se e, salvo honrosas exceções, as escolas preocupam-se maioritariamente com a instrução (rotulada de “educação”). Potencializada por vários fatores de ordem social, a crescente preocupação por uma formação intelectual tem originado uma inequívoca deformação moral. E, lamentavelmente, a corrupção campeia por todos os níveis e lugares, do Congresso Nacional até a extensa nação.
 
A partir da “revolução industrial” as damas e mulheres da sociedade transferiram para as amas a “tarefa” de amamentar os seus filhos, também hoje, alguns pais pouco atentos e outros impelidos pelas contingências de suas vidas profissionais e sociais, transferem para a Escola a responsabilidade pela educação moral e cívica dos seus filhos. Numa primeira fase a Escola tenta corresponder ao que dela se espera, integrando nos seus currículos a disciplina de “Educação Moral e Religiosa”, “Desenvolvimento Pessoal e Social” ou “Educação para a Cidadania”. Porém, tal revela-se ins
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